Não é sobre um grupo, é sobre o impacto da Terapia Ocupacional para a sociedade como um todo. Karen Hammell, uma terapeuta ocupacional – e por que não dizer filósofa desse campo de conhecimento – nos desafia a identificar os pontos centrais de nossa prática relacionados à promoção do bem estar envolvendo todas as pessoas e não apenas aquelas com condições de saúde desfavorável.
Para Hammell, o bem estar subjetivo (BES) (nome “científico” para Felicidade) passa, entre outros aspectos, pela possibilidade de pertencer a grupos sociais e se conectar com outros e com o mundo natural e cultural; com a oportunidade de ter responsabilidades, reconhecimento e valorização de sua identidade, e pela possibilidade de se expressar, escolher e se engajar em papéis que lhe são importantes.
A partir dessa concepção de BES, o engajamento ocupacional assume um lugar central.
Mas ela chama a atenção para a importância do engajamento estar relacionado ao atendimento das necessidades e valores individuais e não por pressões sociais. Karen Hammell atrela suas pesquisas às declarações da WFOT (2012) no que diz respeito ao
direito de TODAS as pessoas acessarem oportunidades ocupacionais necessárias à manutenção de sua saude.
Nesta linha de pensamento, ela acredita que o nosso conhecimento técnico pode contribuir fortemente para mudanças sociais e nos convida a olhar para a população em desvantagem social (desemprego, isolamento, pobreza…) citando esta como uma emergente e importante área de atuação.
(Conheça o recurso – Envelhecimento e Felicidade: textos e exercícios educativos e reflexivos)
Hammell nos chama a atenção para o fato de que as restrições impostas pela pandemia com limitações na participação social (hoje vivida pela maioria da população), já era vivenciada por pessoas idosas, em desvantagem social e com disfunções motoras, cognitivas e mentais e nós que já temos expertise no atendimento a essa parcela da população podemos ajudar as pessoas a focarem mais nas possibilidades do que nas impossibilidades, gerando bem estar, apesar das condições adversas.
Ela também nos convida a refletir sobre a importância dessas considerações para o futuro da nossa profissão, onde precisamos fazer parte de elaboração de políticas públicas que promovam o bem estar para a sociedade como um todo.
Se você quer ler mais, aqui está a indicação de 2 artigos (apaixonantes) de Karen Hammell que trata sobre o assunto:
- Opportunities for well-being; the right to occupational engajement
- Engajement in living during the COVID-19 pandemic and ensuing occupational disruption
Leia mais posts da autora:
- Doença de Parkinson: Possibilidades de Intervenção do Terapeuta Ocupacional
- Ebook gratuito sobre AVC: o que é, como prevenir e como tratar?
- O estresse do cuidador de idosos com Alzheimer e a qualidade do seu sono: Equilíbrio Ocupacional na Rotina
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Autora: Ana Luiza Rodrigues da Costa Terapeuta ocupacional formada pela UFPE em 1985. Mestre em Serviço Social pela UFPE (2004), sócia e diretora clínica da REATO – Reabilitação em Terapia Ocupacional. Instagram: @reato.to2 | atendimento@toreato.com.br