“A idosa que cuido não “enxerga bem”, como faço atividades com ela?” recebemos essa dúvida e resolvi compartilhar a resposta para ajudar outros cuidadores.
Primeiro de tudo, dúvidas fazem parte do cotidiano de cuidados e é super importante perguntar (e, cabe ao terapeuta responder, claro!). Não vai existir nunca uma pergunta que não deve ser feita a um profissional, o que pode existir é uma pergunta que ele não saiba te responder, mas que ele pode indicar onde juntos vocês podem achar a resposta.
Sobre o questionamento que recebemos, é difícil demais falar com precisão sem conhecer a pessoa idosa, o cuidador e tudo o que envolve essa atividade e o processo de cuidar como um todo. Mas à priori, a pessoa idosa em questão parece ter outros desafios associados, já que precisa de um cuidador. E, este, precisa saber conduzir uma atividade. Esses fatos falam um pouco sobre o perfil do idoso, provavelmente um idoso com disfunção cognitiva importante. Síndrome demencial? Talvez…
Um outro ponto que deve-se chamar atenção do cuidador é atenção quanto a quantidade de ajuda. Deixarei aqui uma sugestão de post interessante: Superproteção do idoso com demência? Ela existe! Entenda os riscos. Se confirmando essa real necessidade de ajuda, que ajuda é essa? Está sendo na medida certa?
A presença de um profissional de T.O, neste caso, vai ajudar o cuidador a entender quando, onde e como dar essa ajuda. Seja em que atividade for…
Um segundo seria esclarecer, ou seja, precisamos entender a deficiência visual em questão. O que é essa dificuldade? Tudo já foi feito para potencializar o máximo da capacidade visual dela? Como o uso de óculos, de lupa… vários auxílios podem ser necessários.
(Conheça o ebook de estimulação cognitiva: Histórias e Memórias através da Culinária)
Terceiro ponto: Vamos ao ambiente! O lugar onde a atividade acontece pode ser determinante do sucesso ou fracasso do engajamento. Modificações simples tornando os locais iluminados – luz natural ou artificial (lâmpada) pode fazer a diferença. Porque o idoso pode não estar enxergando pela pouca luz do ambiente.
A avaliação do ambiente é essencial e garante que outras atividades cotidianas sejam potencializadas e ocorram em segurança. Temos alguns posts sobre ambiente e envelhecimento que podem te ajudar:
- Casa do Idoso: Modificações e Adaptações um Quarto Seguro!
- Casa Amigável para Idosos: insights para projetar ambientes e produtos
- Recomendações para uma casa mais segura e confortável para o idoso
Outro ponto é: a atividade pode ser complexa para a capacidade cognitiva do idoso naquele momento. Habilidades de atenção, memória, raciocínio, dentre outras pode estar prejudicando o cuidado do idoso. Esteja atento ao grau de dificuldade. Para não deixar falta esse olhar, o cuidador deve sempre começar com algo simples e depois, se for o caso, ir exigindo mais do idoso. Sempre dentro de uma compreensão que não estamos falando de um teste; a atividade por essência deve ser algo prazeroso, significativo. No mais é, sempre que puder, conte com o apoio de um terapeuta ocupacional.