Pensando em construir uma intervenção considerando a felicidade, precisamos compreender as ideias e conceitos que não apenas explicam o constructo felicidade, mas que consideram as atividades e ocupações nesse raciocínio.

O Journal of Occupational Science publicou um artigo que analisa as evidências disponíveis sobre a felicidade humana. Este corpo de conhecimento pode ser utilizado para melhor compreender a experiência subjetiva do envolvimento ocupacional; que dentro do campo da Terapia Ocupacional é extremamente pertinente.

Existem duas tradições filosóficas no estudo da felicidade; eudaimonia e hedonismo. Eu- daimonia se refere à realização de nosso potencial como seres humanos através da realização de nosso daimon ou verdadeira natureza. A eudaimonia ocorre quando as atividades de uma pessoa são mais congruentes com valores profundamente arraigados e ela está totalmente engajada na atividade.

Terapeutas ocupacionais consideram os valores e significados das atividades/ocupações como norteadores de suas práticas, como pode ser visto em um dos nossos documentos fundamentais o Estrutura da Prática.

Hedonia ou felicidade hedônica é uma experiência subjetiva de prazer. O hedonismo reflete a visão de que o bem-estar consiste em felicidade, prazer ou evitar algo desagradável. Uma ampla gama de ocupações pode permitir a experiência da hedonia e essas ocupações variam de indivíduo para indivíduo. Dentro desta perspectiva, dê atenção a palavra “bem-estar”. No artigo os autores propõe que a eudaimonia é uma conceitualização mais útil de felicidade para cientistas ocupacionais; no entanto, a pesquisa sobre felicidade até o momento é dominada pela medição do bem-estar subjetivo, refletindo uma perspectiva hedonística de felicidade.

O objetivo maior deste post não é “complicar” a compreensão da felicidade como caminho que também pode e deve ser considerado na T.O, mas mostrar suas raízes e estudos que mostram isso. É a partir da raiz que a árvore floresce, né?

Sobre o artigo:

Katie Robinson MSc , Norelee Kennedy PhD & Dominic Harmon MD (2012) Happiness: A Review of Evidence Relevant to Occupational Science, Journal of Occupational Science, 19:2, 150-164, DOI: 10.1080/14427591.2011.634780

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