Muitos familiares se perguntam, legitimamente, se crianças usuárias de “um comunicador ” vai ter a aprendizagem prejudicada e isso vai inibi-las de falar.
Bem, a resposta tem um SIM e um NÃO.
Sobre o SIM:
Se usado de forma inadequada, sem a orientação e supervisão de profissionais treinados, SIM pode prejudicar não só no discurso, mas muitos outros aspectos do espectro da criança, como a sociabilidade, reforços impróprios, etc. Os tablets podem ser uma sociabilizador perfeito, um facilitador da comunicação, apoio à aprendizagem e instrumento de intervenção, mas em sua maioria não pode ser um brinquedo ou um “saco” de pictogramas. Ao usar esse dispositivo exclusivamente como um meio de “entretenimento” para a criança, com jogos que funcionam como um recurso para acalmar diante das situações cotidianas que podem causar na ansiedade ou sofrimento, não demos a criança as ferramentas sociais necessárias para a vida e geramos uma associação que não é adequada.
Você precisa saber muito bem os aplicativos que vai usar para integrar o tablet a um plano de intervenção que envolve a famílias, os terapeutas, os educadores e a criança.
Sobre o NÃO:
Existe uma característica muito positiva no uso dessas tecnologias: o poder de engajamento. Sistemas de comunicação em Tablets vai permitir “traduzir ” o mundo verbal através de recursos visuais que facilita a aprendizagem e a emissão verbal. Em suma, o mundo externo é verbal, e as crianças com autismo (há casos e casos ) tem a possibilidade de transformar toda essa informação externa em algo muito melhor com os tablets, algo que possui estimulação visual, tátil e auditiva em um jogo de causa e efeito estimulante e com feedback contínuo, permitindo-lhes associar melhor o mundo com o mundo interior que lhes permite expressar-se mais e melhor, em um contínuo de evolução do verbal para o visual. Devemos sempre respeitar o princípio de extinção para remover o tablet no aprendizado já consolidado.
Devemos ter claro que o tablet é um instrumento no processo de “terapia” ou intervenção da criança, e, felizmente, pode ser facilmente transportado para todos os aspectos de sua vida, o que pode nos ajudar a tratar os aspectos formais para preparação de padrões comportamentais básicos, da consciência fonêmica , da questão estrutural da fala.
Todos temos algumas respostas muito claras a perguntas como: Como, o quê, por que, quem e quando usar o programa de comunicação aumentativa com o tablet. Para chegar às respostas basta avaliar as crianças candidatas ao uso desse recurso e estudar os objetivos da terapia, e nesta linha o programa terapêutico deve ser totalmente adaptável às capacidades e necessidades da criança na evolução da linguagem e da comunicação. Quando a criança estagnar no aprendizado usando o tablet, está na hora de remover o recurso que já consolidou o aprendizado possível e chega a hora de trabalhar com outras ferramentas o poder de se comunicar de forma autônoma.
Em conclusão, acredita-se verdadeiramente no uso profissional de Sistemas de Comunicação no tablet , com a indispensável colaboração das famílias. Mas devemos considerar o risco de que seja prejudicial quando não bem aplicada. Mas, de forma geral, podemos realmente perceber o potencial do tablet através da formação, metodologia e intervenção adaptativa usando programas que acompanham o desenvolvimento de cada criança.
Os tablets são uma grande ferramenta de apoio quando usados corretamente.
Fonte: autismodiario.org