O que são Hábitos para a Terapia Ocupacional?

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O título deste post é proposital, afinal hábitos são hábitos independente do que a Terapia Ocupacional teoriza sobre eles. O propósito em colocar a Terapia Ocupacional no título foi chamar atenção que os hábitos na Terapia Ocupacional são importantes no processo de cuidado de um cliente. Sabe quem são os clientes da T.O? Se não, clique aqui.

Ao firmamos nossa consciência que o Terapeuta Ocupacional deve dominar a Ocupação Humana, sabemos, inclusive de forma empírica, que as atividades cotidianas estão também nos hábitos. Para nos ajudar a entender, definir e ter em mente como os hábitos são vistos nesse campo do conhecimento, vamos usar o Modelo de Ocupação Humana (MOHO) – mas não se preocupe, não será chato ou inacessível de ler e compreender.

O MOHO é um dos modelos mais usados em Terapia Ocupacional, trazendo um corpo de pesquisa e de aplicações importantes para a prática clínica do Terapeuta Ocupacional. O modelo em questão apresenta quatro componentes: volição, habituação, componentes de desempenho – que eu amo quando ele fala sobre os componentes subjetivos – e o ambiente. Vamos nos deter a habituação.

Na habituação, os hábitos e papéis estão presentes. No MOHO a habituação é responsável pela organização do comportamento do indivíduo em rotinas ou padrões. Os papéis ocupacionais internalizados definindo nossas atividades, e os hábitos fazendo com que atividades aconteçam de forma fluida. Sendo assim, hábitos são:

Hábitos: padrões de atividade aprendidos e que uma pessoa parece executar por reflexo, ou seja, sem muita consciência. Para que os hábitos existam, as ações devem ser repetidas suficientemente para estabelecer um padrão, assim como circunstâncias ambientais devem estar presentes.
O conceito de hábitos do Estrutura da Prática Domínio e Processo (2020) nos traz mais elementos:
Hábitos são comportamentos adaptativos ou desadaptativos específicos e automáticos. Os hábitos podem ser saudáveis ou insalubres (por exemplo, exercitar-se diariamente em vez de fumar durante todos os intervalos para o almoço), eficientes ou ineficientes (por exemplo, fazer o dever de casa depois da escola em vez de poucos minutos antes da chegada do ônibus escolar) e favoráveis ou prejudiciais (por exemplo, definir um despertador antes de ir para a cama versus não fazê-lo; Clark, 2000; Dunn, 2000; Matuska & Barrett, 2019).
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Como podemos conferir nos conceitos acima, que não limitam todos os conceitos existentes, os hábitos trazem elementos que fazem parte da nossa performance diária nas ocupações diárias – atividades aprendidas, feitas de forma automática, não necessariamente saudáveis ou favoráveis.
Terapeutas ocupacionais em sua prática clínica mapeiam também os hábitos e procuram compreendê-los em uma abordagem centrada no cliente para propor o melhor tratamento para as demandas ocupacionais – necessidades – do cliente.
Referências:

 

 

 

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

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