Diferenças entre homens e mulheres na Doença de Alzheimer

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Casal de idosos; a mulher tem aparência e adereço indiano

Há muito se sabe que a doença de Alzheimer geralmente se manifesta de maneira diferente em mulheres e homens. Agora, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco e em outros lugares descobriram algumas razões para isso. Diferenças baseadas no sexo na função do cromossomo X, eles relatam, podem afetar os sintomas da doença de Alzheimer, como dificuldade de acessar memórias, e também podem afetar mudanças físicas, como o acúmulo de proteína tau no cérebro.

Os pesquisadores examinaram mais de 500 pessoas após a morte, a maioria das quais havia sido diagnosticada com doença de Alzheimer enquanto estavam vivas. As autópsias prestaram atenção especial ao tecido do córtex pré-frontal dorsolateral, uma região do cérebro que governa os processos de atenção e a memória de trabalho. Os pesquisadores extraíram o RNA de cada amostra de tecido e o sequenciaram para obter uma imagem clara de como os genes do cromossomo X estavam funcionando no cérebro de cada pessoa.

Nas mulheres, mas não nos homens, altas taxas de expressão de 19 genes diferentes previram declínio cognitivo mais lento, conforme medido em testes neurológicos clínicos. Por outro lado, a atividade do cromossomo X em homens foi mais associada a mudanças físicas no cérebro. Quando os homens (mas não as mulheres) tinham alta expressão de genes do cromossomo X, eles tinham mais acúmulo de proteína tau, que forma estruturas conhecidas como emaranhados neurofibrilares que bloqueiam a comunicação entre as células cerebrais.

Os pesquisadores especulam que as diferenças na biologia dos cromossomos X – como as mulheres com dois cromossomos X, enquanto os homens têm apenas um – podem contribuir para as maneiras distintas pelas quais a doença de Alzheimer se desenvolve em homens e mulheres. Estudos contínuos dos cromossomos X, dizem eles, podem esclarecer ainda mais essas descobertas e sugerir tratamentos personalizados que alteram a atividade do cromossomo X.

Fontes: JAMA Neurol. 78, 1249–1254 (2021) | Nature 601, S18-S19 (2022)

 

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