Atividades em casa para idosos independentes e com baixa escolaridade #Parte2

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O isolamento social causado pela pandemia pelo COVID-19 requer que o idoso fique em casa e retira dele não apenas o contato com as pessoas, mas a execução independente de atividades que são significativas para a manutenção da casa (como: sair para fazer contas, fazer pagamentos) que impactam no corpo e funções do cérebro.

No post anterior começamos a dar sugestões sobre atividades que podem ser feitas com o idoso que é independente, tem baixa escolaridade (vamos considerar aqui que ele não lê ou lê pouco) e não se interessa ou não tem acesso a tecnologias com internet.

Atividades que podem ser pensadas por esses idosos para ocupar os espaços deixados pelas saídas de casa incluem:

  • Organização da casa

A manutenção da casa não envolve apenas as atividades domésticas corriqueiras de cozinhar, lavar, passar e arrumar. A organização de alguns itens e espaços muitas vezes fica mantido de lado no cotidiano. E assim, surgem as “gavetas desarrumadas” e espaços que podem ser revisitados para organizar e até fazer a seleção do que pode sair.

Organizar fotografias e gavetas bagunçadas com papéis, exames ou roupas podem ser com exemplos do que pode ser feito em casa e está relacionado com organização.

O cuidado aqui fica por conta da segurança. O idoso não deve subir em bancos, cadeiras para alcançar espaços altos pelo risco de quedas. Essa sugestão acima só serve para organizar espaços que o idoso acesse sem dificuldade.

  • Realização de interesses atuais e antigos

Fazer com mais frequência atividades dentro de casa que são ou eram do interesse do idoso pode também ser uma opção. A única coisa que deve ser evitada é que essa atividade aconteça de forma seguida, ou seja, o idoso não deve ficar na TV e permanecer mais tempo nela que o habitual. Um exemplo a ser evitado pode ser: assistir a novela que sempre assiste e depois ter a ideia de ver o filme que passa depois, ou seja, dobrar o tempo de atividade.

Variar as atividades é importante,

mesmo que a atividade se repita depois em outro horário!

Sendo assim, se a ideia é repetir no mesmo dia uma atividade, o ideal é que ela esteja em um horário bem diferente; principalmente se a atividade for “parada”, não exigir movimento ou facilitar cochilos (como falamos no post anterior dessa série, não é legal dormir mais que o necessário durante o dia).

Escutar músicas de cantores que gosta, chamar alguém de casa (caso more com alguém) para um jogo de tabuleiro ou retomar o crochê que está parado, podem ser sugestões.

Redescobrir interesses pode não ser tão simples, o idoso deve tentar lembrar de várias idades e fases da vida. O que o idoso pode pensar é em coisas e assuntos que gostava na época da escola, quando era solteiro… ou outros momentos da vida.

  • Horários de interação social

Estamos considerando neste post um perfil de idoso que não tem interesse ou acesso a tecnologias para videoconferência, mas mesmo assim eles podem fazer contatos com outras pessoas através de ligações. Considere também escrever cartas, elas podem ser fotografadas por alguém que more com o idoso que pode enviar pelo WhatsApp ou alguém que possa passar nos Correios e deixar. Sempre levar em consideração as recomendações para controle de infecção e distanciamento, caso alguém já vai sair e resolva ir aos Correios.

  • Rede de apoio: pensar em pessoas que podem ajudar o idoso com as atividades de fora de casa

O idoso que mora sozinho, mesmo sendo independente pode precisar de apoio em relação às compras e às contas a pagar (estamos considerando aqui o idoso que não tem contato com tecnologias que envolvem internet). Sendo assim, é interessante pensar em uma rede de apoio e gerenciar o que precisa pedir e a quem pode pedir. Essa atividade de gerenciamento também requer um tempo que pode ser inserida na rotina.

Uma dica super importante nessa época de isolamento social é restringir a quantidade de informação que os idosos têm acesso; escolher um horário do dia para se informar é importante, mas o excesso de informação pode ser desorganizador. Fique atento!

As dicas que demos nessa postagem e na anterior foram pensadas para o idoso independente, com baixa escolaridade e que não tem acesso/interesse por tecnologia, mas vale lembrar que essas são sugestões, cada um precisa personalizá-las para que tenha significado e sejam mantidas na rotina.

Tenha em mente que deve-se manter as atividades de dentro de casa que já fazem parte da rotina, e inserir essas sugestões de forma personalizada nos “buracos” do dia. É importante separar o horário do dia para cada uma das novas atividades ou que elas aconteçam em uma sequência (por exemplo: sempre vou organizar a casa depois de tomar café da manhã; neste exemplo não importa o horário específico, importa que seja executado.

Ah, e saiba que rotina exige também flexibilidade, caso uma das atividades não seja feitas porque algo aconteceu (como uma ligação que demorou mais) não se preocupe; a rotina tem que ajudar a organizar e não ser motivo de angústia.

Tem algo a acrescentar? Escreve aqui!

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