Alzheimer: entenda a doença!

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Retrato em close de uma idosa usando óculos

Se perder, esquecer acontecimentos recentes ou se comunicar de forma desconexa? Estas são algumas perguntas e medos que podem permear o universo da Doença de Alzheimer.

O envelhecimento populacional é algo recente e que vem crescendo de forma gradual nos países em desenvolvimento. Acompanhado a esse crescimento passam a existir algumas preocupações, como por exemplo: “Será que estou preparado para envelhecer?“, “Será que vou esquecer de meus amigos e parentes?“.

Todos estes questionamentos existem devido a preocupação com doenças que podem interferir no funcionamento motor e principalmente, cognitivo da pessoa idosa, interferindo em na independência e autonomia.

As demências são alvo de maior preocupação no envelhecimento. Estima-se que no ano de 2025 o número de pessoas idosas com demência atinja em média 34 milhões de pessoas no mundo, por isso, devemos nos preparar e entender mais sobre o assunto.

Dentre as demências, a mais comuns são: demência vascular, demência fronto-temporal, demência dos corpos de Lewy, e a doença de Alzheimer (DA) representando aproximadamente 50% a 75% dos casos.

Com isso, o dia 21 de Setembro é marcado pelo dia mundial de conscientização do Alzheimer, as campanhas sobre este tema se estendem durante o mês inteiro, com ações marcadas pela cor lilás.

A DA é uma doença neurodegenerativa que degrada gradualmente as células nervosas do córtex cerebral, levando à atrofia progressiva do cérebro. A DA ainda não tem cura, mas existe o controle dos sintomas, estes que podem atingir desde áreas cognitivas até motoras e de personalidade.

Qualquer pessoa pode desenvolver a DA. Existem alguns fatores de risco que podem influenciar no aparecimento da doença ou não, sendo estes:

  • Idade: costuma atingir pessoas com idade avançada
  • Sexo: maior incidência no sexo feminino
  • Fatores genéticos
  • Fatores ambientais: relacionados ao estilo de vida
  • Educação: escolaridade mais avançada por aumentar a reserva cognitiva, retardando o aparecimento de sintomas. (leia mais sobre reserva cognitiva)

Os casos de DA são progressivos e na maioria das vezes demoram a ser percebidos e diagnosticados, já que seu início pode ser discreto e associado (na maioria das vezes) a esquecimentos normais (Leia matéria completa sobre “o que é um esquecimento preocupante“).

Na fase inicial, verificam-se deficit de memória de curto prazo (acontecimentos recentes), com algumas dificuldades na orientação temporal (datas, dias, horários) e na orientação espacial (esquecer lugares ou se perder com frequência).

Durante a evolução pode acontecer uma afasia nominal (esquecer nome de pessoas próximas), dificuldades para controlar finanças e tomada de decisões. Já as alterações de personalidade podem aparecer muito sutilmente, como egocentrismo,  apatia (perde vontade de fazer atividades que eram do seu agrado), pode também levar a desinibição (faz comentários inadequados ou usar palavras inapropriadas).

Em seguida, podem aparecer dificuldades nas relações sociais, esquecendo compromissos e também negligência do autocuidado, esquecendo de trocar de roupa, de cuidar da higiene pessoal, entre outros.

Em fases moderadas para avançadas a pessoa com DA pode perder sua autonomia (poder de escolha), apresenta apraxia (dificuldades relacionadas ao movimento), agnosia (dificuldade de sentir cheiros, reconhecer rostos, lugares…), a afasia se agrava (com perda progressiva da comunicação verbal). Outras alterações também podem estar presentes, como alucinações (envolvendo dificuldades no reconhecimento de sua própria imagem no espelho, ver objetos estranhos…), delírios (ideias de ter sido roubado, sequestrado…) e algumas alterações de sono e vigília.

Na fase avançada o processo demencial é mais agravante, a inércia se instala, pode vir acompanhada de mutismo (calar) e incapacidade de deambular, podendo perder também o controle de esfíncteres.

Para controle da doença, as intervenções são personalizadas para cada caso, variando entre intervenções farmacológicas, de estimulação e reabilitação.

(sobre o processo de estimulação, indicamos que você conheça nossos cadernos de exercícios)

As informações contidas nesse post foram retiradas do livro “Demências na terceira idade: contributos teóricos, competências a mobilizar estratégias.” Antonio M. Fonseca (org.)

imagem rawpixel.com

 

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