Ele não consegue participar, você diz. Mas será que realmente ele não consegue ou será que estamos querendo que ele participe de todas as etapas da atividade e não estamos valorizando/percebendo as partes que ele consegue? Já parou para pensar nessa diferença?
Como terapeuta ocupacional eu aprendi ao longo da minha graduação (e da minha vivência) a analisar atividades (não me refiro apenas a jogos e brincadeiras, tá?), mas às atividades do cotidiano. E pense que isso pode ser complexo o suficiente para render muito estudo e construção/reconstrução de olhares.
Cada ato de participação em qualquer tarefa cotidiana está dentro de uma etapa. E as várias etapas cumpridas de significam que a atividade foi realizada. De uma forma supermegapoliresumida isso ajuda a entender que estar em uma atividade, não necessariamente é participar de todas as etapas dela.
Entendido isso, é possível despertar para as várias oportunidades que temos na nossa rotina. Exemplo: ele não consegue pagar a conta do supermercado? Mas será que ele consegue arrastar o carrinho até lá? Ele não consegue tomar banho só? Mas será que ele não consegue levar passar a mão na barriga para ajudar a se ensaboar?
Meu objetivo aqui não é tornar ninguém terapeuta ocupacional, isso seria impossível, mas como terapeuta ocupacional quero despertar os cuidadores (familiares ou não) que é possível engajar em etapas e valorizar as “pequenas” habilidades que podem significar grandes possibilidades!
Ah, e se você é acompanhado por um terapeuta ocupacional, converse com ele sobre isso. Ele te ajudar a ter consciência da participação que é possível.