Quando você foca o olhar em um objeto, outros são distorcidos. #Atenção

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Observe que, mesmo fixando a atenção na tela na sua frente, você ainda pode mudar a sua atenção para regiões diferentes das periferias. Por décadas, cientistas cognitivos conceituaram a atenção a algo similar a um holofote, que ao deslocar-se  “iluminava” certas regiões, ou a uma lente com zoom, que foca as coisas de modo que nós podemos vê-las com mais detalhes. Essas metáforas são comuns porque elas capturam a intuição de que a atenção acende ou refina as coisas, e assim, aumenta a nossa percepção delas.

Fonte: scientificamerican.com

Imagem: 96dpi

Alguns dos importantes estudos iniciais para confirmar esta intuição foram conduzidos pela psicóloga Marisa Carrasco e seus colegas, que mostraram que a atenção aumenta a percepção de nitidez de certos padrões. Em seu experimento, os participantes viram dois padrões de textura (mais nítido e mais borrado) apresentados lado a lado na tela do computador, e julgaram qual dos dois padrões parecia mais nítido. No entanto, pouco antes dos padrões aparecerem uma sugestão para atrair foi produzida no local próximo  do padrão mais borrado, que no final do experimento foi considerado o mais nítido pelos participantes. Como resultado, observou-se que a atenção pode fazer imagens borradas fisicamente (ou degradadas) parecerem mais nítidas – muito parecido com uma lente zoom em uma câmera. Estudos subseqüentes de Carrasco e outros acharam que a atenção também reforça a percepção de outras características – por exemplo, saturação de cor, orientação e velocidade. Esta pesquisa sugere que a atenção faz com que a informação sensorial recebida a partir de locais estimulados sejam processada de forma mais completa, sem alterar a própria informação. No entanto, alguns trabalhos recentes na vanguarda da ciência da visão começou a derrubar essa noção intuitiva, sugerindo que a atenção às vezes pode distorcer a percepção, mudando o caráter de nossa experiência visual.

Satoru Suzuki da Northwestern e Cavanagh Patrick de Harvard apresentaram a observadores um visor no qual duas linhas verticais estavam uma por baixo da outra. Se pediu para que eles julgassem se a linha superior corria para a esquerda ou direita. Pouco antes das linhas serem apresentadas, uma sugestão de atenção (uma “pista”) brevemente brilhou. Assim, a atenção causou uma distorção curiosa de espaço percebido, e em ensaios em que as linhas estavam perfeitamente alinhadas, a sugestão de atenção fez com que eles a percebessem  desalinhadas. Os autores nomearam este o efeito de repulsão da atenção, pois parece que a atenção repele os locais percebidos de objetos vizinhos longe do foco de atenção. Ao explicar estes resultados, Suzuki & Cavanag explificam porque  um objeto que aparece na vizinhança do nosso foco de atenção é percebido como mais longe do que o objeto que estamos focalizando.

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

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