Será que fazer palavras cruzadas realmente ajuda a evitar doenças como o Alzheimer e outros tipos de declínio cognitivo? Essa pergunta foi feira a Susan Halpert, a autora de um livro que gosto muito: “Não consigo lembrar o que esqueci”. E ela respondeu:
É fácil entender por que as pessoas pensam palavras cruzadas são protetores: há um número de anos atrás, um famoso estudo de freiras, foi publicado e mostrou que aquelas que viveram mais tempo, sem comprometimento cognitivo, foram também aquelas que fizeram as palavras cruzadas diariamente. Para os leitores do estudo, este resultado pareceu uma relação clara de causa e efeito, mas é claro que foi apenas uma correlação, e correlações não provam qualquer coisa, embora sejam provocantes.
Para a Dra. Susan, esta correlação que a palavra cruzada pode exercitar o seu cérebro de forma a manter DA e declínio cognitivo afastados é o que está aumentando essa indústria, bem como fazem os softwares e máquinas como o Brain Age, da Nintendo, e os programas gymn cérebro em academias que proliferam pelo mundo. Estas ferramentas se apoiam no fato de que o cérebro é “plástico” – isto é, capaz de mudar em resposta à experiência e ao aprendizado – e isto pode ser auxiliado por exercícios cerebrais. Esta é a premissa dos exercícios de reabilitação cognitiva propostos para vítimas de AVE com disfunção cognitiva, não é? Mas , segundo a doutora, há uma diferença na aplicação desse tipo de estratégia para pessoas sem disfunção cognitiva: que tipo de exercícios, por quanto tempo, e quando devem ser aplicados? E mais, como você vai saber se realmente funciona??
Um pesquisador, amigo da Dra. Susan, esclarece: “Não há nada de errado em fazer palavras cruzadas. Se elas te fazem feliz, ao fazê-las,você terá um cérebro cheio de dopamina e por isso você vai se sentir bem “. E isto, já é muito bom para a saúde do cerébro!
Voltando ao caso das freiras, a Dra. Susan esclarece que as freiras que fizeram o jogo de palavras cruzadas podiam ter sido sempre verbalmente e mentalmente mais dotadas, razão pela qual elas foram atraídos para o desafio do quebra-cabeça e que o empenho nesse desafio foi o que as impediu de sucumbir ao declínio cognitivo.
Alguns achados fisiológicos de Alzheimer, como placas no cérebro, encontradas na autópsia de algumas dessas freiras mentalmente aptas e jogadoras de palavras cruzadas também deixaram “uma pulga atrás da orelha”dos pesquisadores…
Pelo o que a Dra. Susan fala, não é certeza que a palavra cruzada que evita o Alzheimer, sinto muito…
Fonte: Science Daily.
Ana Katharina Leite