Conhecendo Nise da Silveira

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Nise da Silveira é um nome de reconhecimento internacional para a história da psiquiatria.. Vivendo entre

1905 e 1999, conseguiu, durante sua atuação médica,

transformar conceitos da psiquiatria clássica e ainda

fortalecer e consolidar o exercício da terapia ocupacional.

Destacou-se desde o início da sua formação , sendo a única mulher entre os 157 alunos da turma formada no ano de 1926 na Faculdade de Medicina da Bahia.

Em 1944 iniciou um importante trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II , no Engenho de Dentro (RJ). Este local foi palco da revolta da jovem médica em relação aos métodos usuais da psiquiatria clássica, tais como: eletrochoque , lobotomia ,internações e utilização indiscriminada de medicações que muitas vezes deixavam os pacientes em estado de torpor intenso.

A sua militância contra esses procedimentos gerou a transferência da médica (considerada como uma punição) para o setor da terapia ocupacional, área até então desvalorizada pelos médicos. Os pacientes submetidos a essa terapia eram expostos a um “tratamento” baseado em atividades de limpeza e manutenção do ambiente.

Neste local abandonado pela direção do Centro Psiquiátrico , Nice iniciou uma revolução fundando em 1946 a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR).

Nesta fase  a psiquiatra começa a difundir a idéia de que a terapia ocupacional não deveria ser entedida como uma mera ocupação do tempo do paciente e sim um exercício de resgate do vínculo desses pacientes com a realidade através de atividades propostas pelos terapeutas.

Os pacientes eram estimulados a produzir  obras em espaços dedicados à modelagem e pintura , espaços que passaram a ser denominados de “ateliês terapêuticos”. Nise via nas obras dos pacientes verdadeiros testemunhos e expressões que a ajudariam a conhecer o universo das pessoas esquizofrênicas.

Ao reconhecer no trabalho desses pacientes um tema recorrente (mandalas), a psiquiatra escreveu para o seu mestre , Carl Gustav Jung , e iniciou com ele uma troca produtiva de correspondências . Essa troca teve como resultado a exposição das obras dos pacientes  sob o título A Arte e a Esquizofrenia, em Zurique durante o II Congresso Internacional de Psiquiatria (1957).

Para poder conservar e expor as obras , Nise fundou o  Museu de Imagens do Inconsciente que mais tarde se transformaria em um centro de estudos e preservação do trabalho dos pacientes e onde ainda hoje permanence viva e ativa a sua contribuição para a saúde mental.

Deixamos aqui um pouco da história da grande psiquiatra Nise Silveira e para os que se interessarem o Museu está aberto para visitas.  Localizado na Rua Ramiro Magalhães , 521 – Engenho de Dentro, Rio de Janeiro. Lá  podem ser conferidas as obras dos pacientes , a exposição Nise da Silveira – Caminhos de uma psiquiatra rebelde e ainda outras exposições temporárias. Vale a pena conferir.

 

Maiores informações: Museu Imagem do Inconsciente

 

Quer saber mais sobre a vida de Nice da Silveira e suas contribuições para a saúde mental?

 

Scielo

O Nordeste.com

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