O uso de cadeiras de rodas elétrica por pessoas com Esclerose Múltipla (EM) foi objeto de estudo na Brunel University London. E adivinha? Eles constataram que esses usuários necessitam de uma avaliação holística para uso de tais equipamentos.
O estudo contou com 91 usuários de cadeira de roda, todos severamente afetados pela doença, e constatou que 15% do grupo experimental apresentou dor. Foi ainda notado no estudo que as cadeiras com a função de inclinação (TILT) apresentaram o potencial para aliviar um pouco a dor, quando substituídas por cadeiras de roda sem esta função.
No geral, a constatação é de que 30% do grupo de estudo apresentou condições de saúde propensas ao agravamento pela posição sentada constante, como coágulos, osteoporose, dor, e inchaço grave. Ao observar as pessoas com EM avançada, o estudo também destacou 10 problemas de saúde, a incluir fraturas, amputação e dor crônica nas articulações, que seriam beneficiadas por uma avaliação médica além da avaliação de costume por uma equipe multi-profissional de terapeutas.
É bem interessante desacatar que essa conduta de avaliação médica e terapêutica citada no parágrafo anterior não é uma realidade absoluta quando falamos no Brasil. É imenso o número de cadeirantes e familiares que compram cadeira de rodas sem prescrição alguma e a usam sem adaptações. Sempre é importantíssimo lembrar que existem profissionais especializados na adaptação de assentos e de outros utensílios cotidianos. Terapeutas ocupacionais existem!!! =)
De acordo com Lorraine De Souza, professora de reabilitação e diretora do Centro de Pesquisas em Reabilitação, a tendência para tratar EM é com o desenvolvimento dos sintomas, mas ao olhar em frente para aqueles gravemente afetados, é possível ver o que pode ser feito agora para prevenir ou retardar outros problemas de saúde potencialmente fatais.
E que é possível também ver onde a assistência médica poderia fazer mais para ajudar aqueles com EM a avançada a viver uma vida mais plena e mais confortável por período maior. O documento, intitulado “Características clínicas problemáticas dos usuários de cadeira de roda motorizada com EM gravemente incapacitante” (Problematic clinical features of powered wheelchair users with severely disabling multiple sclerosis), foi publicado na edição de agosto de 2014 na Disability & Rehabilitation.
O objetivo do estudo é descrever as características clínicas dos usuários de cadeira de roda motorizada com EM gravemente incapacitante, e explora as características clínicas problemáticas influenciando a prescrição.
Em relação às conclusões, os resultados sugerem que as pessoas com esclorese múltipla grave devem requerer um benefício (ou no caso do Brasil a compra) para cadeira de roda motorizada para interior e exterior, bem como uma avaliação holística para identificar características clínicas problemáticas que influenciam na prescrição deste tipo de cadeira, sem esquecer outras intervenções médicas e terapêuticas que podem ser necessárias.
Em relação às implicações para Reabilitação, as pessoas com EM, indicadas por uma cadeira desse tipo, exigem uma avaliação clínica completa para identificação de características clínicas problemáticas que são potencialmente tratáveis e/ou podem ser acomodadas por meio de inclinação e posição sentada, ou seja, é necessário conhecer todas as condições dos usuários de cadeira de rodas, não apenas as características funcionais e a capacidade de investimento financeiro.
Procure um profissional especializado na área que ele te orientará! =)
Fonte: Informa Heathcare | Imagem: Sean McGrath
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