O professor de Neurociências Clínicas da Universidade de Southampton anunciou: “Existem muitos dos fatores de risco conhecidos para a doença de Alzheimer, como idade, obesidade e diabetes, e agora estamos pensando que as infecções poderiam ser outro fator de risco. Já existem evidências de que o sistema imunológico está em alerta máximo em pessoas com Alzheimer e pensamos que um gatilho extra, como uma infecção, poderia fazer pender a balança e fazer as células imunológicas mudarem de papel, deixando de ser protetoras passando para nocivas”.
O estudo nesse sentido começou agora em janeiro de 2013 e irá adicionar informações à pilha crescente de evidências que mostra como o sistema imunológico está implicado na doença de Alzheimer.
A equipe de Southampton acredita que na doença de Alzheimer o sistema imunológico ultrapassa o seu papel como protector do corpo e começa a causar danos, como em uma doença auto-imune.
Para esse estudo vão usar tecido cerebral doado por pessoas que tiveram a doença de Alzheimer quando morreram.
Usando os registros médicos de doadores, os pesquisadores vão comparar os cérebros daqueles que tiveram infecções quando morreram com aqueles que não tiveram.
Durante os estudos, eles estarão particularmente interessados em células do sistema imunológico conhecidas como “microglias”, que andam por aí limpando os restos celulares. Eles vão usar marcadores fluorescentes para rotular essas células no cérebro e olhá-las sob o microscópio.
A equipa vai estar à procura de sinais de que a infecção provoca alterações distintas na microglia em pessoas com Alzheimer.
Os pesquisadores acreditam que a microglia pode produzir produtos químicos que são prejudiciais para as células vizinhas e assim fazer Alzheimer piorar.
“As descobertas podem ter implicações importantes para nossa compreensão da doença e para a gestão dos cuidados de saúde nos idosos”, diz Delphine Boche, líder da pesquisa.
No ano passado, vários novos estudos mostraram que a inflamação desempenha um papel importante na doença de Alzheimer. Em junho de 2012, cientistas nos EUA relataram os resultados de um pequeno estudo em que um grupo de pacientes com Alzheimer tratados por 3 anos com um medicamento imunoterápico não mostraram declínio dos sintomas durante o período de tratamento.
Fonte: medicalnewstoday.com Imagem: suttonhoo