Vamos estimular a leitura e a escrita?

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Vamos fazer um teste? Nos atendimentos dessa semana vamos avaliar com que frequência nossos clientes escrevem ou lêem algum material.

Tenho percebido nas minhas intervenções que estas atividades têm ficado cada dia mais escassas no processo de envelhecimento. É comum encontrar bancários, engenheiros aposentados que, simplesmente, não utilizam a escrita ou não mantém hábitos de leitura.

Essas atividades simples podem fazer uma diferença enorme se forem incluídas na rotina dos clientes. Já publicamos aqui alguns posts sobre exercícios usando textos, mas vamos tentar fazer isso de uma forma diferente? Ai vão algumas dicas:

Estimulando a Leitura:

1. Usando diálogos: Escreva um diálogo interessante entre duas pessoas. Estimule o cliente a escolher um dos personagens, seja o outro e leia o texto com ele. Se possível, acrescente mais um personagem a história e inclua o cuidador na atividade. No texto, escreva coisas interessantes, que desperte a curiosidade do cliente no momento da fala.

2. Para aqueles clientes que gostam de cozinhar, crie um livro das receitas diárias feitas em casa. Oriente o cuidador a levar o cliente para a cozinha no momento do preparo para que ele possa ler a receita, orientando o cozinheiro sobre os ingredientes necessários e o modo de preparo.

3. Entregue a letra de uma música cuja melodia seja conhecida para o cliente e estimule-o a cantar. A confecção de um caderno de música pode ser assunto para outro post.

Estimulando a Escrita:

1. Retire todos os produtos da dispensa e peça para o cliente anotar a marca dos mesmos. Fazer uma lista dos produtos que ele tem em casa.

2. Para aqueles que gostam de música, vamos catalogar os cd’s? Fazer uma lista em ordem alfabética do que ele possui, enumerar e organizar na prateleira.

3. Faça um jogo diferente entre cliente e cuidador: Deixe um saco com as letras do alfabeto e sugira que a medida que uma letra for tirada do saco cliente e cuidador deverão escrever uma palavra iniciada por aquela letra. Podemos colocar como regra que as palavras deverão ter o maior número de letras possível e o ganhador será aquele que escrever o maior número de letras.

Aguardo outras dicas de vocês, ok?

Ana Paula Mendes

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

12 COMENTÁRIOS

  1. Sou psicopedagoga e trabalho com idosos sem patologia. Para essa estimulação, uso o Manual Papaterra, de Fernanda Limongi Papaterra, por indicação de uma fonoaudióloga. Aproveito para parabenizar o site. É fantástico!

  2. Oi gente
    Bem legal também é escrever um diário. A atividade começa com a elaboração e confecção do “caderno”. A capa pode ser personalizada com xerox de fotos sobrepostas, tecidos coloridos, rendas, fitas, miçangas, folhas secas, letrinhas coloridas recortadas de revistas. Só nessa etapa da atividade estimulamos a criatividade, capacidade de fazer escolhas, coordenação motora, destreza manual… Se o idoso tiver possibilidade, ele poderá comprar um caderno bonito, capa dura, chique. Porque não?
    É interessante utilizar um caderno ou agenda com folhas simples, sem muito desenho, pois o excesso de informação confunde o idoso.
    A cada encontro os registros podem ser revisados com um tom sutil de cobrança para que o diário cumpra o seu propósito. Mensalmente podemos comparar e relembrar as atividades, o estado emocional, as conquistas daquela mesma data no mês anterior. Nesse momento, a atividade dá lugar à expressão dos sentimentos, emoções, frustrações e também as conquistas alcançadas.
    É muito gratificante. Eu diria emocionante!
    Bjus

  3. É muito bom trabalhar com essas técnicas estimulando a leitura e escrita, as vezes utilizo um jogo confeccionado por mim, que ~´e formado por cartelas com várias palavras que tem ou não haver com o cotidiano do paciente, então coloco as cartelas viradas na mesa e quando desvirada pode-se pedir para formar uma frase, relatar algum episódio acontecido na sua vida, formar frase com as palavras, também podemos direcionar associações das palavras a pessoas do seu convívio ou não. Acho muito legal essa oportunidade de podermos trocr figurinhas sobre quem somos e fazemos. Parabéns pelo site!

  4. Esse site está sendo muito útil no desenvolvimento do meu trabalho. As dicas são geniais. Gostaria de saber como conhecer melhor o Manual de Fernanda Papaterra. Ele está acessível? Abraços.

  5. Parabéns pela iniciativa.Esta é uma boa maneira de compartilharmos experiências. Uma técnica que uso com um portador de DA leve, é deixar tarefa de uma semana para outra. Numa dessas, sugeri que ele lesse uma história para me contar na semana seguinte. Deu super certo. Ele agora lê toda semana para me contar uma história nova, além de contar também para os netos, que o visitam.

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