Usar as datas com clientes com disfunção cognitiva

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Todo dia o dia muda (hoje é terça amanhã é quarta; hoje é 10 amanhã é 11). Se isso é um desafio para os desatentos (como minha irmã que tem déficit de atenção – kkk), imagine para pessoas com disfução cognitiva???

Pois é, já falamos aqui de calendário na virada do ano e até na dica de leitor com a confecção de um. No entanto, semana passada mais uma vez me deparei com a importância de inserir a data na sessão da terapia: temos que sempre deixar espaço nos exercícios para colocar a data ou incluir na “conversa” essa informação. Ajudar a orientar e estimular a memória é nosso dever.

Esse dever se estende também aos cuidadores, responsáveis pela estimulação cotidiana (as demais 23 horas e meia) em que o cliente não está na terapia. E como isso pode ser feito?

Em locais estratégicos da casa, em uma altura visível para o cliente (isso é importantíssimo!!!), devem ser colocados calendários com números e letras grandes que permitam a visualização. Cabe ao cuidador ou familiar chamar atenção para esse recurso e explorá-lo junto ao cliente.

E quem não tem calendário? Bem, quem não achar um à altura da necessidade do cliente (ou não tiver um terapeuta que oriente na confecção) pode usar um quadro branco. Essa estratégia pode estimular a participação ativa do cliente na alteração diária da data. Em ILPI´s esse pode ser um bom recurso se cada idoso ficar responsável por escrever a data em determinado dia da semana (ou o aniversariante do dia também pode fazer isso!).

Acredito que o maior desafio que fica para nós é implementar essa necessidade e fazê-la funcionar de acordo com o perfil do cliente, não é?

Ana K.

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

3 COMENTÁRIOS

  1. Ana,
    Trabalhar com calendário, colocar nome e data nas atividades já fazem parte da minha prática profissional. Acredito e concordo no papel do “cuidador” nesta questão e a importância da orientação por parte do profissional. É fundamental o estímulo contínuo e o “cuidador” precisa compreender a importância.

    Agradeço as informações

    Leila

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