Taxistas de londres: seus cérebros e mapas mentais

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Cada motorista de táxi preto (“cab”) no centro de Londres tem que ter “o conhecimento” – um mapa memorizado da capital, incluindo cerca de 25.000 ruas e milhares de pontos de referência, até ao fim dos cinemas na Shaftesbury Avenue.
É um brutal processo de aprendizagem que pode levar de três a quatro anos para ser concluído com um teste final – the Knowledge of London Examination System – que muitos levam até 12 vezes para passar. Com toda essa exigência apenas a metade dos taxistas têm sucesso no exame.
De acordo com um relatório publicado na revista Current Biology aqueles que aprendem este atlas mental das ruas de Londres provocam alterações estruturais no cérebro, o que afeta a memória e cria um volume maior de células nervosas no hipocampo do cérebro.Em um longo estudo, Eleanor Maguire e Katherine Woollett do centro de neuroimagem da University College London, acompanharam um grupo de 79 motoristas de táxi que estavam em treinamento e 31 controles (que não estavam em treinamento para se tornar motoristas de táxi). Com o tempo, usando ressonância magnética,  esse grupo estudou o desempenho em tarefas de memória.

No início do estudo, os participantes não mostraram diferenças visíveis na estrutura do cérebro ou da memória. A estrutura posterior e anterior do hipocampo – que haviam sido apontadas, em estudos anteriores, maiores em motoristas de táxi de Londres – foram iguais em todos os participantes.

Nos anos seguintes, apenas 39 do grupo trainee passou no teste e qualificaram-se como taxistas cadastrados. Isso deu aos pesquisadores a oportunidade de dividir ainda mais os voluntários em três grupos: aqueles que passaram, aqueles que treinaram mas não passaram e os controles que nunca treinaram.

Agora, com mais exames, os pesquisadores encontraram um aumento na massa cinzenta na parte de trás do hipocampo dos formandos que passaram no teste. Aqueles que falharam, ou nunca foram treinados não tiveram alterações em sua estrutura cerebral.

Nas tarefas de memória os taxistas treinados foram melhor que os do grupo controle na tarefa de recordar referências de Londres. No entanto, em outras tarefas não relacionadas com a capital, como recordar informações visuais complexas, os controles e os taxistas que não se classificaram foram melhores que os taxistas que passaram no teste.

Acompanhando os taxistas treinados ao longo do tempo temos visto como a estrutura do hipocampo pode mudar com estimulação externa“, disse Maguire em um comunicado à imprensa. “O cérebro humano continua a ser ‘plástico’, mesmo na vida adulta, permitindo adaptações enquanto aprendemos novas tarefas.”

O não ficou claro nessa pesquisa é se aqueles que foram bem sucedidos no exame tinham alguma vantagem sobre aqueles que falharam. “Será que aqueles que se qualificaram são geneticamente predispostos para ter um hipocampo mais “plástico”, mais adaptável?” disse Maguire. “Isso deixa a eterna questão da” natureza versus criação “ainda em aberto.”
Fonte: wired.com
Imagem: jtbarrett
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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

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