Sugestões sobre roupas e sobre o vestir de pessoas com Alzheimer

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Sabemos (e alguns de nós mais que outros) que em fases mais avançadas da doença de Alzheimer precisamos de “facilitadores” para determinadas atividades diárias, como o vestir. Sendo assim, resolvemos escrever algumas sugestões sobre roupas e sobre outras questões relacionadas a essa atividade diária:

Organize as roupas em ordem
Se o cliente é capaz de se vestir, mas fica confuso com a ordem das roupas (por exemplo: coloca a cueca antes da calça), tente deixar as roupas organizadas da seguinte forma: na pilha de roupas deixe a roupa íntima por cima das demais.
Retire do armário e  das gavetas as roupas fora de época
Essa dica não se encaixa muito para nós nordestinos (verão eterno!!!), mas para quem mora em outras regiões onde as estações são mais definidas, o ideal é que as roupas de outras estações sejam removidas: na época de calor retire as roupas quentes, não as deixe onde o cliente tem fácil acesso e evite inadequações e desconforto por causa do vestuário.
Coloque as roupas no cesto, quando o cliente não estiver prestando atenção
Para evitar que as roupas sujas ou que a mesma roupa seja usada por vários dias, coloque a roupa suja no cesto quando o cliente não estiver prestando atenção (claro que isso só é válido para aqueles clientes que resistem a trocar de roupa!). Certifique-se de colocar roupas e sapatos usados fora do alcance do cliente no final do dia para evitar que a roupa seja novamente vestida no outro dia.

Segurança em primeiro lugar

Sempre que possível incentive e oriente o cliente a estar sentado em uma cadeira enquanto se veste ou despe.
Se necessário, minimize o comando verbal e utilize o toque e o gesto para a parte do corpo ou para a peça de vestuário que ele precisa vestir.
Essa orientação é bastante útil quando o cliente fica confuso ou se está ansioso (nunca prestamos a atenção nisso, mas o vestir tem muitas etapas e exige inúmeras habilidades sensório-motoras e percepto-cognitivas ou seja pode não ser fácil!!). Um exemplo seria: segurando a meia dizer “meias” e, se ele ainda não reagir com o comportamento adequado, você pode tocar levemente o pé do cliente e repetir “meia”.
Calças elástico da cintura
Calças de cintura elástica tendem a ser confortáveis e fazem o uso do vaso mais fácil para o cliente e cuidador.
Usar um tamanho ligeiramente maior
É mais fácil vestir e despir uma roupa é  que um pouco frouxa.
Velcro Sapatos
Tentar colocar velcro nos sapatos para facilitar o colocar e o tirar os sapatos.
Bemmmmm, tudo isso que vocês leram a acima retiramos do Alzheimer’s at home, mas queremos colocar algumas questões relacionadas ao vestir:
1. Os botões: sempre prefiro e incentivo as camisas sem botões (mas não sou uma “violentadora” de estilo!! respeito DEMAIS a opção por camisa de botão… afinal, roupa é estilo. E, neste caso, a camisa de botão passa um ar de “seriedade” e “respeito”que nem toda a peça masculina consegue!). O que não concordo, não incentivo, nem oriento (me vejam um pouco “brava” ao falar isso! kkk) são as camisas que parecem ser botões, mas são velcro. Ou seja, são aquelas camisas que quando olhamos “juramos de pé juntos” que é uma camisa de botão, mas o abrir e fechar é velcro! ISSO CONFUNDE!!! Imaginem alguém que já tem dificuldades perceptivas, ver um botão, tentar desabotoar e não conseguir!! (e aí vem o cuidador e puft!! abre o velcro). Faz isso comigo não….
2. Meia: existe uma meia chamada pelos americanos de Pillow Paw Socks que começou a fazer sucesso aqui no nordeste há pouco, que é aquela meia bem baixinha, com silicone (antiderrapante) na planta dos pés. Fáceis de vestir e antiderrapante, um sucesso para mim!

E vcs, algo mais a declarar?

Foto: HelloMokona (Flickr)

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

2 COMENTÁRIOS

  1. Quando soube dessas meias achei o máximo, mas temos que frisar bem os cuidados, pois algumas pessoas usam bastante o que faz com que percam o efeito mais cedo e o risco de quedas reaparece!! Alertar quanto ao uso, ok?? Bjoss

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