Rotina? “Rotina é chato, monótono, negativo! Rotina pode ser exaustivo!”. Pobre da rotina… tão “injustiçada” na “sabedoria popular” (e até no dicionário). Os “únicos” que não pensam assim são os profissionais que têm conhecimento técnico sobre os benefícios da tal “rotina”. Por que um terapeuta fala de rotina? Por que quer saber sobre ela, instituí-la ou modificá-la?
Antes da resposta, vem a constatação que diversas condições podem levar a uma rotina de poucos estímulos, pobres em sua oportunidade de experiências e distante do que é necessário para que a criança se desenvolva ou o idoso se mantenha ativo e funcional.
“As crianças com deficiência têm uma rotina alterada , muitas vezes dando mais ênfase a terapias e consultórios, em detrimento das tarefas do dia a dia que são tão importantes quanto aquelas realizadas em ambiente clínico.” O idoso que vai se tornando dependente pode perder a autonomia e a independência, deixando de ser estimulado nas suas capacidades remanescentes, sejam elas físicas, cognitivas e sensoriais. A rotina, neste caso, se reduz a atividades de cuidado e higiene.
É ao longo dos dias, das semanas, dos meses e dos ambientes que estão a oportunidade de receber estímulos, responder a eles e desenvolver ou manter capacidades. Pensar em uma rotina estruturada, benéfica é papel do estudioso do fazer humano, das ocupações que fazem parte do cotidiano, terapeutas ocupacionais.
O terapeuta ocupacional deve pensar conhecer a atividades que compõem a rotina, quais prejuízos e benefícios desta para o desenvolvimento e funcionamento do cliente. Avaliar o equilíbrio de atividades, as oportunidades de estímulos, dentre outras questões, vão levar a uma estruturação que garantirá que a rotina não será monótona, mas sim proveitosa, benéfica e até funcional. Ou seja, terapeutas incentivam e organizam rotinas saudáveis, que sim podem ser flexíveis, mas que sobretudo garantam qualidade no dia a dia dos clientes.
Depois podemos conversar mais sobre isso… 😉
Trecho em destaque do livro “Terapia Ocupacional: Vivências de Santa Catarina. vol2. | Capítulo: Desafios da Rotina de Crianças com deficiência | Autor: Régis Nepomuceno.