Precocidade do diagnóstico de Demência é etnicamente dependentea

2580
Foto: Cynergist (Flirck)
Um estudo de 22 famílias, incluindo brancos (7), negros (10) e índios americanos (5), analisou o processo de diagnóstico de Alzheimer de acordo com contexto cultural e descobriu que os grupos étnicos minoritários muitas vezes procuram um diagnóstico muito mais tarde quando comparado aos brancos (muito mais numerosos). Liderados por Peggye Dilworth-Anderson, PhD, da University of North Carolina em Chapel Hill, o estudo constatou que, embora todos os grupos reconheçam o valor de se ter um diagnóstico, longos atrasos ocorrem entre o reconhecimento dos sintomas de demência pelos membros da família e a programação de uma avaliação médica.

O estudo constatou que, em média, afro-americanos procuravam um diagnóstico seis anos depois que os sintomas de demência surgiam, os índios americanos procuraram após cinco anos, e brancos após dois anos. Os resultados do estudo também indicaram que os brancos eram mais propensos a buscar apoio através de serviços formais, enquanto os negros e os índios americanos frequentemente buscam apoio na sua fé e crenças espirituais.

“Muitos cuidadores não reconhecem os sinais iniciais de demência porque eles acham que é um comportamento normal”, disse Dilworth-Anderson. “A maioria dos cuidadores acreditam erradamente que ter demência é normal e é aceito como uma parte do envelhecer. Um diagnóstico de demência depende do entendimento cultural do grupo.”

Em outro estudo quantitativo sobre os cuidados de demência liderada por Dilworth-Anderson, que envolveu entrevistas por telefone com 200 idosos e cuidadores, cerca de 48 por cento dos cuidadores do estudo relataram que o receptor do cuidado recebeu um diagnóstico de demência. Entre os pacientes diagnosticados, as diferenças raciais no acesso aos serviços de cuidados foram observados. Os brancos apresentaram-se como o maior destinatário de cuidados e tinham mais disponibilidade de serviços. Os negros relataram o uso de serviços de cuidados domiciliários de saúde para o receptor do cuidado mais que os brancos, e também relataram ter maior disponibilidade de recursos da igreja.

– Peggye Dilworth Anderson. O diagnóstico da doença de Alzheimer no contexto cultural.(Financiado por: Associação de Alzheimer, a Agência de Investigação de Saúde e Qualidade)

Fonte: Peggye Dilworth-Anderson. Diagnosis of Alzheimer’s Within Cultural Context. (Funded by: Alzheimer’s Association, Agency for Healthcare Research and Quality). Notícia publicada pelo site Alzheimer’s Reading Room
(Só para constar: Essa foi uma das notícias que publicamos aqui que mais gostei. Interessantíssima e inovadora!! #amei).
Ana K.
Artigo anteriorTangran na terapia
Próximo artigoDica de exercício: eventos de família
Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

1 COMENTÁRIO

  1. Muito além de isso ser uma questão étnica ela é social. A própria diferenciação em etnias é uma criação social. Isso só demonstra que os brancos ainda tem mais acesso à cultura e informação e portanto, estão mais atentos aos sinais de doenças bem como também têm mais acesso à saúde, podendo diagnosticar precocemente… Não creio que seja um problema étnico, mas social… Se a mesma matéria for realizada entre ricos e pobres, provavelmente se encontrará semelhante diferença…

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.