Padrão de comunicação com pessoas com Alzheimer e outras Demências

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Com a progressão de doenças crônicas que causam disfunções cognitivas, como a Doença de Alzheimer (DA), uma das dificuldades que surge é na comunicação. A comunicação deficiente tem diversas consequências, dentre elas, estresse do cuidador e, até como consequência disso, alterações comportamentais dos doentes.

Em pesquisa relativa à comunicação, a Dra. Marie Savundranayagam, professora assistente de ação social da Universidade de Wisconsin-Milwaukee (UWM) refere: “Descobrimos que falhas na comunicação podem desencadear ou aprofundar as alterações de comportamento nos membros da família com demência”; “Estas alterações de comportamento nas pessoas com demência, como agitação e agressividade, têm sido consistentemente associadas com o estresse do cuidador”.

Através da UWM Research Initiative e de uma concessão de Alzheimer Association, Savundranayagam está trabalhando para identificar as estratégias de comunicação utilizadas pelos cuidadores para resolver as falhas de comunicação.

Nesse estudo das formas de comunicação entre casais, percebeu-se que muitas vezes hábitos de comunicação de toda uma vida são “deletados” e subistituídos por outras formas que logo tornam-se ineficazes. E é neste contexto que a Dra. Savundranayagam fala de “estratégias que podem sair pela culatra”. Ela exemplifica: “Por exemplo, a esposa pode pensar que ela pode se comunicar melhor com sua amada, falando devagar. Mas esse é realmente o oposto do que deveria ser feito. Uma pessoa com demência vai realmente esquecer o que foi dito na primeira parte da frase antes o cuidador termina de falar. “

“Imagine a frustração que uma mulher, casada com seu marido por 40 anos e que agora assumiu o papel de cuidadora, sente  quando o seu familiar de conversas não é mais capaz de dar e receber informações como antes”.

Em relação a esse estudo, o perfil de cuidador que tem se mostrado interessante, são os parceiros de relacionamentos duradouros. “Há algo muito especial sobre essas relações”, diz a pesquisadora. “Estes cuidadores são menos propensos a colocar os seus cônjuges em um lar de idosos. Eles querem manter esse membro da família em casa o maior tempo possível.”

A conclusão deste estudo pode ajudar a esclarecer a melhor forma de se comunicar com pessoas com Alzheimer em fases avançadas, e ainda garantir que esses nobres e invejáveis casais passem ainda mais tempo juntos…. =)

Ana Katharina Leite

Fonte: Science Daily

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

2 COMENTÁRIOS

  1. Gosto muito das matérias abordadas por vocês. No momento, gostaria de receber informações sobre demência fronto temporal, pois tenho uma irmã que não está nada bem e essa doença foi diagnosticada.

    Obrigada

    Clecy

    • Olá Clecy, a sugestão que deixo para você é nos passar um email contanto mais sobre sua irmã (idade, profissão, interesses), bem como a história médica atual (incluindo os tratamentos que tem feito). Se possível, também colocar como está sendo o desempenho dela dentro e fora de casa e qualquer outra questão que julgue importante. Assim, poderemos fazer um post e conhecer a opinião dos profissionais que visitam o site. Lembro que nenhuma das informações dadas aqui são a “verdade absoluta” e que serve apenas como “conversa entre amigos”, não substituindo uma visita ao médico responsável ou equipe envolvida no processo de reabilitação. Abraços e força. Ana K.

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