Faz parte do curso da Demência de Alzheimer as Alterações de Comportamento. Elas são desgastantes e tornam-se um imenso desafio ao cuidador. Dentre os comportamentos desafiadores, estão a teimosia e os insultos que podem vir da pessoa com demência.
O primeiro ponto básico é sempre compreender a doença. Tendo clareza do curso da doença, do que pode ser barreira e facilitador do cuidado, o cuidador tem uma chance maior de conseguir prestar os cuidados com mais qualidade de vida para ele e para a pessoa adoecida. Esse ponto da educação é sempre fundamental e precisa fazer parte do processo de cuidado.
A teimosia que aparece na insistência em recusar o banho ou a troca de roupa, por exemplo, são queixas comuns dos cuidadores. Muitos acreditam que é uma coisa pessoal da pessoa adoecida com o cuidador, uma “implicância” pessoal.
Claro que a característica da teimosia já pode ser da pessoa, independente da doença, mas como qualquer outra alteração de comportamento na Demência de Alzheimer, ela vem como resultado de uma incompreensão; seja, a que acontece na relação com o cuidador, por exemplo, ao não compreender o que o cuidador fala, como em relação ao ambiente (algo naquele ambiente está desencadeando o comportamento).
A pessoa pode não estar entendendo o que está sendo pedido e por isso recusa-se a obedecer. Não realizar é mais seguro do que está em uma situação que não domina. O vestir, por exemplo, pode ser evitado não porque a pessoa gosta de ficar com a mesma roupa por dias, mas porque ele não está literalmente “dando conta” de abrir os botões, por exemplo. Sobre o vestir, algumas estratégias podem ajudar, como:
– separar roupas que não estão sendo usadas e deixar mais acessível só que estão atualmente sendo usadas. Tirando do guarda-roupa (ou da parte deste móvel, que a pessoa acessa) roupas que não servem para aquela estação ou que raramente são usadas. Para diminuir os estímulos.
– Mudar para peças mais fáceis? Sem zíper, botões…
– Roupas soltas são mais fáceis de usar
– Eliminar acessórios que podem ser usados de forma errada, exemplo: cinto.
– Colocar na ordem que serão vestidas pode ajudar a fazer a atividade fluir.
Sobre os insultos, às vezes o cuidador formal é despedido pela pessoa adoecida. Essa situação comum fala da necessidade de educação sobre o que é a doença, de como ela interfere na compreensão do que é dito pelo cuidador e do que acontece no ambiente. Compreender a natureza da doença, pode ajudar muito a não entrar no momento de estresse a ajudar a pessoa com demência a se acalmar.
O importante é que a pessoa com demência consiga confiar no cuidador. O que pode ser uma jornada de algum tempo para que se consiga introduzir um cuidador formal; o que requer a presença de alguém que a pessoa já confie e que isso vá acontecendo aos poucos. Nos momentos de estresse, ter uma referência vai ajudar a pessoa com demência.
Para sair da situação que está deixando pessoa estressada a ponto de insultar, algumas estratégias são importantes. Para isso, sugerimos que você leia o post: Como lidar com as alterações de comportamento.
Tem alguma dúvida?
Esse conteúdo foi retirado do livro Alzheimer: O Dia de 36 Horas: Cuidando de quem tem e de quem Cuida (clique aqui para comprar)