A demência frontotemporal é causada pela destruição das células nervosas na região frontal e temporal do cérebro (lobo fronto-temporal), o que leva, entre outros sintomas, a uma mudança na personalidade e comportamento.
Anja Capell e Prof Christian Haass têm mostrado agora que estes medicamentos podem aumentar a produção de progranulin, apontada como possível causa desse demência.
Como quase todos os outros genes, há também duas cópias do gene progranulin na célula. Em pacientes com demência frontotemporal “dependentes de progranulin”, uma das duas cópias é defeituosa, levando a uma redução de 50% nos níveis de progranulin.
Para resgatar a falta de progranulin, os pesquisadores testaram várias substâncias por suas capacidades de estimular a produção de progranulin e identificou uma droga chamada bafilomycin (BafA1).
Em seguida, examinaram o mecanismo molecular subjacente ao impacto da BafA1 na progranulin mais de perto. Os fatores de crescimento, tais como progranulin são produzidos na membrana de células, mais especificamente as vesículas.
BafA1 tem um efeito alcalinizante sobre estas vesículas. Após a administração de BafA1 o interior das vesículas é menos ácido – e isso aumenta a produção de progranulin.
Esta constatação encorajou os pesquisadores a investigar mais substâncias alcalinizantes por sua capacidade de elevar os níveis de progranulin.
Entre as substâncias que passaram no teste foram três drogas que já estão no mercado para tratar várias doenças: um remédio para a angina de peito (bepridil), um para problemas do ritmo cardíaco (amiodarona) e cloroquina, droga amplamente utilizada malária.
A cloroquina aumentou o nível progranulin não apenas em experimentos com células de camundongo, mas também em células de pacientes com o gene defeituoso progranulin.
A equipe vai agora investigar se realmente a cloroquina ajuda os “progranulin dependentes” com demência frontotemporal.
O estudo foi publicado na edição online da revista Journal of Neuroscience. (ANI)
Fonte: sify news
Foto: MikeBlogs