Livros e brinquedos educativos influenciam o cortéx cerebral de crianças

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Livros e brinquedos educativos podem fazer uma criança mais inteligente, e também influenciar a forma como o cérebro cresce, de acordo com nova pesquisa apresentada na reunião anual da Sociedade para a Neurociência. As descobertas apontam para um “período sensível” no início da vida durante a qual o cérebro em desenvolvimento é fortemente influenciada por fatores ambientais.

Estudos comparando gêmeos idênticos e não idênticos mostram que os genes desempenham um papel importante no desenvolvimento do córtex cerebral, a estrutura fina e dobrada que suporta funções mentais superiores. Mas pouco se sabe sobre como as experiências iniciais de vida influenciam o modo como o córtex cresce.

Para investigar, neurocientista Martha Farah, da Universidade da Pensilvânia, e seus colegas recrutaram 64 crianças de baixa renda e os acompanharam desde o nascimento até ao final da adolescência. Eles visitaram as casas das crianças de 4 e 8 anos de idade para avaliar o seu ambiente, observando fatores como o número de livros e brinquedos educativos em suas casas, e quanto apoio que recebiam de seus pais.

Mais de 10 anos depois da segunda visita à casa das crianças, os pesquisadores utilizaram ressonância magnética para obter imagens detalhadas dos cérebros dos participantes. Eles descobriram que o nível de estimulação mental uma criança recebe em casa com a idade de 4 anos determinava a diminuição da espessura de duas regiões do córtex na adolescência tardia. Uma região, o giro lateral inferior temporal, está envolvido em complexas habilidades visuais, como reconhecimento de palavras e mostrou alteração na pesquisa.

A pesquisa mostrou que o ambiente de casa aos 8 anos tem um menor impacto sobre o desenvolvimento dessas regiões cerebrais, enquanto outros fatores, tais como a inteligência da mãe e o grau e da qualidade do cuidado, não teve efeito.

Os trabalhos anteriores mostraram que as experiências adversas, como a negligência infantil, abusos e pobreza podem impedir o crescimento do cérebro. As novas descobertas destacam a sensibilidade do cérebro em crescimento a fatores ambientais, Farah diz, e fornecem fortes evidências de que as variações sutis na experiência de vida precoce pode afetar o cérebro ao longo da vida.

À medida que o cérebro se desenvolve produz mais sinapses, ou conexões neuronais, que são necessárias, explica. Ligações cerebrais usadas são depois eliminadas, e este processo de eliminação, a “poda sináptica”, é altamente dependente da experiência. Os resultados sugerem que a estimulação mental no início da vida aumenta o grau em que ocorre a poda sináptica no lobo temporal lateral. A poda  reduz o volume de tecido do córtex. Isto faz o córtex mais fino, mas também torna o processamento da informação mais eficiente.

“Como em todos os estudos observacionais, não podemos realmente falar sobre a causalidade, mas parece provável que a estimulação cognitiva experimentada no início da vida levaram a alterações na espessura cortical.”

Ela acrescenta, no entanto, que a pesquisa ainda está em fase inicial e que mais trabalho é necessário para obter uma melhor compreensão de como exatamente a vida inicial e as experiências têm impacto na função cerebral.

Os resultados adicionam ao crescente corpo de evidências de que a vida primitiva é um período de “extrema vulnerabilidade”, diz o psiquiatra Jay Giedd, chefe da unidade de imagem cerebral no Ramo Psiquiatria Infantil do Instituto Nacional de Saúde Mental, em Bethesda, Maryland. Os pais podem ajudar as crianças a desenvolver suas habilidades cognitivas, proporcionando um ambiente estimulante.

Fonte: wired.com

Imagem: kirsten hudson

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

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