Mulheres grávidas com histórico de Depressão maior apresentam um risco mais alto de recorrência da doença nos meses que antecedem ou posteriores ao nascimento do bebê. Um novo estudo conduzido pela University of Colorado Boulder descobriu que a prática de técnicas de relaxamento, como a meditação, exercícios de respiração e yoga podem ajudar a proteger as mulheres da recorrência.
Cerca de 30% das mulheres que têm lutado com a Depressão no passado têm recaída durante a gravidez, de acordo com pesquisa anterior. No novo estudo, publicado na revista Archives of Women’s Mental Health, a equipe de pesquisa descobriu que as mulheres grávidas com história de depressão que participaram de técnicas de terapia, chamadas de “Mindfulness Based Cognitive Therapy“, tiveram uma taxa de recidiva de apenas 18 por cento.
“É importante para as mulheres grávidas de alto risco ter opções para o tratamento e prevenção da Depressão“, disse Sona Dimidjian, um professor adjunto no Departamento de Psicologia e Neurociências e principal autor do estudo da Boulder. “Para algumas mulheres, a medicação antidepressiva é verdadeiramente um salva-vidas, mas outras querem uma intervenção não-farmacológica. Este programa se concentra em ensinar habilidades práticas que as ajudem a ficar bem e cuidar de si e seus bebês durante esta época tão importante”
A Mindfulness Based Cognitive Therapy combina práticas de relaxamento com a terapia cognitivo-comportamental tradicional que tem se mostrado mais eficaz em episódios recorrentes de prevenção de Depressão na população geral. Poucos estudos foram dedicados para o efeito de terapias cognitivo-comportamentais ou relaxamento entre as mulheres grávidas.
Para o estudo atual, financiado pelos National Institutes of Mental Health, e realizado em colaboração com Sherryl Goodman, um professor da Universidade de Emory, em Atlanta, 49 mulheres em Colorado e da Geórgia com pelo menos um episódio anterior de Depressão maior participaram de sessões durante suas gestações.
As práticas foram ajustadas para as mulheres grávidas e incluiram lições como yoga pré-natal, exercícios de meditação que poderiam ser feito mais tarde para acalmar o bebê, e práticas mais curtas que poderia facilmente ser integradas nas vidas ocupadas das novas mamães. As aulas também abordaram, especificamente a preocupação, que pode ser comum durante a gravidez, e tiveram foco especial na gentileza que se deve ter consigo mesma e do bebê.
Uma elevado percentual das mulheres que iniciaram os cursos – 86 por cento – os completaram, um sinal de que as mulheres acharam as sessões importantes. Os pesquisadores também ficaram impressionados com o número de mulheres grávidas que manifestaram interesse em participar desse programa de atenção, apesar de não preencherem os critérios para participar no estudo. “Fiquei surpreso com o nível de interesse, mesmo entre as mulheres que não têm qualquer histórico de Depressão,” disse Dimidjian. “As mulheres grávidas sabem que a experiência de ter um filho vai mudar suas vidas, e elas querem estar prontas para isso.”
Dimidjian trabalhou para criar um programa online de Mindfulness Based Cognitive Therapy que poderia ser usado como uma ferramenta para atender a demanda de mulheres grávidas. Para testar a eficácia do programa on-line, Dimidjian está recrutando mulheres adultas com história prévia de Depressão para participar de um novo estudo. As mulheres não precisam estar grávidas.
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Referência:
- Janice H. Goodman, Anthony Guarino, Kerry Chenausky, Lauri Klein, Joanna Prager, Rebecca Petersen, Avery Forget, Marlene Freeman. CALM Pregnancy: results of a pilot study of mindfulness-based cognitive therapy for perinatal anxiety. Archives of Women’s Mental Health, 2014; 17 (5): 373 DOI: 10.1007/s00737-013-0402-7