Documente receitas de família e faça um excelente exercício cognitivo com idosos!!

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Sabemos que receitas envolvem quantidades, sequência, noção de tempo, atenção, memória…. enfim, várias habilidades cognitivas. Só que também existe uma coisa que uma boa “receita da vovó” tem, aquele segredinho especial, aquela coisa que nenhuma receita como aquela no mundo tem igual!

Foi assim que pensei quando resolvi trazer para vocês um post que li no site The Kitchnn e que pode ajudar a “receita da vovó” a se transformar em uma excelente atividade cognitiva, além de um proporcionar um momento inesquecível, claro!!

Vamos conferir um trecho do post que traz essa ideia da estimulação, mas em outras palavras. Olha só:

Sempre que eu pedia a um dos cozinheiros mais velhos da minha família para me contarem como fazer um prato especial, a resposta era, inevitavelmente, “Ah, quando você acabou de adicionar um pouco disto e um pouco daquilo …”  enfim, tudo muito subjetivo! Assim, pedi que as medidas fossem dadas em xícaras e colheres, e o que eles faziam??  encolhiam os ombros ou riam!!!

Ou seja, na maioria das vezes não há “receita”, e todo o conhecimento sobre a receita está nas cabeças e mãos daqueles que a fazem.

“Você apenas tem que me ver fazer isso”, dizia o meu pai. Ele está certo, não há melhor maneira de aprender do que gastar tempo juntos na cozinha.

Mas o que se pretende é capturar a receita de uma forma mais concreta para si e para as gerações futuras? Aqui estão algumas dicas para documentar as receitas tradicionais de sua avó ou o molho secreto do seu pai  (uma vez que ele concorda em compartilhar, claro!).

Obter a história: Uma receita de família é mais do que apenas os ingredientes e a técnica. Quando é que eles aprenderam a fazer o prato, e quem lhes ensinou? Que época do ano, tradicionalmente, esse prato é feito e servido? Existe uma história por trás dos ingredientes eles sempre usam? Dependendo da falação do cozinheiro e da natureza do prato que está sendo feito, você pode querer se sentar e fazer uma entrevista fora da cozinha, e/ou falar durante o processo.

• Use um gravador de  aúdio ou vídeo: Desta forma, você não fica distraído tentando anotar tudo e pode prestar atenção e apreciar a experiência com o seu membro da família. Se possível, peça a alguém para gravar o vídeo, e pedir-lhes para aumentar o zoom em momentos como sua mãe demonstrando um “punhado” ou “pitada” deste ou daquele ingrediente.

• Peça-lhes para simplificar: Se não faz sentido o que o cozinheiro diz, peça ao cozinheiro para ir um pouco mais lento do que o normal para que você possa absorver o que está acontecendo. Peça-lhes para lhe mostrar o quanto de sal está na sua mão antes de jogá-lo na panela, e  não esqueça de manter um bloco de notas à mão para anotar as estimativas: “açúcar, cerca de 1 colher de sopa” ou “óleo 1 xícara de chá da casa de vovó” (você pode traduzir isso em uma medida padrão mais tarde).

• Aprenda os sinais sensoriais: receitas tradicionais, muitas vezes, dependem do sentido do cozinheiro, em vez de medidas-padrão. Pergunte como as coisas devem parecer, o som, o cheiro, o gosto, e como fazer para sentir “o ponto” em diferentes estágios da receita. Será que o cozinheiro ajusta a quantidade de ingredientes, os níveis de calor ou o tempo de cozimento com base nesses fatores?

• Solicitar feedback: Depois, tente fazer o prato e peça um feedback. A textura está adequada? Você fez muito salgado ou muito doce? O que é que eles sugerem para você melhorar o prato?

Achei a descrição dessas etapas fantásticas e tenho certeza que os terapeutas e parentes “sabidos” já descobriram como e quando usá-las de uma forma cognitivamente saudável!!!

Alguma vez você já documentou uma receita de família? Compartilhe suas experiências e dicas! Estamos aguardando!!!

Fonte (texto e imagem): thekitchn
 
Você sabia que temos um caderno de exercícios para estimulação cognitiva que é todo dedicado ao tema? Ah, mas não pense nele como um caderno de receitas, é muito mais que isso. A temática está em todas as páginas, mas aparece com desafios de linguagem, cálculo e memória. Além de contemplar a história de vida de quem o usa. Gostou da ideia? Vá conhecer nossos cadernos clicando aqui!
 
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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

6 COMENTÁRIOS

  1. Fizemos atividade similiar com um grupo d idosos numa casa de convivencia. Distribuimos fichas e copiamos as falas. Muito interessante… como sao receitas simples… faremos laboratorio na cozinha como segunda etapa.

  2. Olá,
    Tenho interesse em conhecer mais sobre a técnica, pois trabalho em um Centro de Convivência para pessoas idosas.
    Temos dois grupos nos quais trabalhamos questões ligadas à memória.

    • Olá Vanessa, tudo bem?
      Não existe uma técnica específica para o uso de receitas para estimulação cognitiva de idosos.
      Lembrar do preparo de alimentos e confeccionar um caderno de receitas pode ser uma estratégia para trabalhar habilidades cognitivas do idoso.
      Como você vai criar isso? Vai depender da sua criatividade, quem sabe até, criando receitas, gravando vídeos…
      Abraços, 🙂

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