A ausência de ocupação significativa e participação social pode dificultar o envelhecimento saudável e levar ao isolamento social. Esta afirmação é muito clara quando pensamos que o trabalho da T.O tem como essência a ocupação humana e o engajamento na mesma de forma significativa e satisfatória.
Na comunidade de T.O existe uma clareza que os esforços práticos da intervenção precisam levar seu cliente – seja a pessoa, o grupo ou a comunidade que a pessoa idosa faz parte – para a participação social, ou seja, precisa conduzir para o caminho onde as relações sociais cultivadas e o cliente se sinta pertencente no seu meio.
No entanto, apesar dos profissionais serem bem posicionados sobre a necessidade, poucos terapeutas ocupacionais comunitários intervêm para abordar a participação social, e as revisões de práticas promissoras são escassas; justamente a partir daí surgiu a revisão de Turcote et al (2018) que está descrita ao final deste post.
*(entendendo aqui aqueles cuja proposta é intervir não com o cliente de forma isolada, mas na comunidade)
Entre os fatores que podem restringir a participação social da população idosa, estão as deficiências que, segundo este trabalho, serão vivenciadas por cerca de 42% dos adultos à medida que envelhecem. E, mais dados neste sentido, sugere-se a busca no Relatório de Isolamento Social e Solidão da OMS.
Essas deficiências poderiam ser evitadas pelo acesso efetivo aos serviços de prevenção e reabilitação. E, atualmente na literatura encontra-se pouco o que o terapeuta ocupacional faz fora do ambiente domiciliar (além da intervenção dos fatores pessoais e ambiente direto das pessoas que atendem).
Os achados mostram que as práticas atuais se limitam a papéis específicos, como manter a independência funcional e a segurança em casa, e não a participação social. Apesar desse papel limitado, as práticas atuais eram principalmente intervenções individuais e incluíam o fornecimento de equipamentos, educação sobre como adaptar as atividades ou encaminhamento a grupos comunitários e, mais raramente, intervenções baseadas em grupos e de desenvolvimento comunitário.
De forma resumida e ainda limitada para o entendimento mais profundo – para que replicar essas práticas seja possível – a maioria das práticas promissoras envolveu um componente de grupo, às vezes combinado com sessões individuais. Essas intervenções multicomponentes podem ser mais bem-sucedidas na promoção da participação social dos idosos.
Referências:
Papageorgiou et al., 2016. Occupational Therapy and Occupational Participation in Community Dwelling Older Adults: A Review of the Evidence
Turcote et al, 2018. Occupational therapists’ contributions to fostering older adults’ social participation: A scoping review.