Adapte o jogo Lince para usar na Reabilitação

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Milhares são os jogos que podem ser usados em contexto terapêutico, seja por profissionais em seus atendimentos ou por pais/cuidadores nos momentos de estimulação.

No entanto, a grande maioria desses jogos não foi pensado para pessoas com necessidades específicas decorrentes de doenças ou deficiências. Assim, é necessário adaptar!! Mas adaptar como? Vc pode perguntar.

Existem diversas formas, mas hoje vamos mostrar como adaptar um jogo específico, o Lince, pensando nas pessoas que têm dificuldade de manter a atenção e se distraem facilmente. Ou seja, já deu para perceber que a adaptação depende do material e das necessidades do cliente. =)

O jogo Lince tem duas apresentações, em formato de tabuleiro (forma mais conhecida) e um jogo de cartas. Em ambas apresentações o objetivo é achar um desenho dentre vários (vide regras do jogos para entender melhor).

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Para favorecer o uso do jogo cartas sugerimos:

Regra de ouro para usar esse tipo de material com clientes com déficit cognitivo (memória, atenção…): garanta que ele identifica as figuras do jogo!!! Isso torna o jogo possível de ser usado.

No mais…

1. Diminua a quantidade de cartas que vc usa para o cliente achar as figuras. No uso tradicional mais de 50 cartas podem ser usadas de uma só vez para que a pessoa encontre um objeto. Sugerimos que você comece com um número bem inferior, uma quantidade que você ache que a pessoa consegue. Depois você pode ir acrescentando cartas para dosar o desafio.

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Você pode posicionar as cartas como mostra a imagem acima ou pode colocar a carta principal (com a figura a ser encontrada) no meio e as outras ao redor.

2. Retire das cartas as informações desnecessárias. Neste caso, cortamos um pedaço das cartas, como mostra a figura acima.

Quem lida com pessoas com déficit cognitivo sabe que qualquer detalhe pode ser muito e também pode ser o suficiente para distraí-los. Pessoas com Alzheimer podem insistir em tentar ler essas informações e dificultar o uso do material.

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Perceba que em ambas dicas o que fizemos foi diminuir a quantidade de estímulos. Pense sempre na quantidade de estímulos dos materiais que você apresenta. Assim, você garante um uso adequado.

Se você é parente ou cuidador, procure um terapeuta ocupacional, Este profissional te ajudará a escolher os materiais que você pode usar para estimular e otimizar a forma de usá-los.

Os profissionais têm mais alguma dica de adaptação para este jogo? 😉

Quem quiser mandar ideias e sugestões sobre este e outros assuntos: contato@reab.me

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

7 COMENTÁRIOS

  1. Você pode trabalhar apenas com as cartas, selecionando-as por categorias:: Vamos encontrar as frutas? E os meios de transporte?
    Pode também associá-las a funções: Vamos achar algo que serve para comer?
    O número de cartas será definido de acordo com a capacidade do cliente.

  2. Eu uso o lince de várias formas, entre elas com crianças que tem dificuldades de leitura a escrita. Depois do jogo normal, escolho com a criança algumas figuras e passo a trabalhar a consciência fonológica, depois a leitura e a escrita. O jogo antes do trabalho de leitura e escrita, ajuda a criança a ficar mais tranquila e menos ansiosa.

  3. Se o paciente apresenta alguma dificuldade na coordenação motora fina, pode-se adaptar o material aumentando a espessura com eva, papel cartao, papelao, caixa de fosforo, para facilitar o manuseio.

  4. Eu uso o tabuleiro. Peço para a cliente escolher 3 figuras do tabuleiro e me dizer pq pensou nestas figuras. Depois peço para procurar as figuras entre as peças, e oriento a procurar de maneira organizada (ou de cima para baixo, da esquerda para a direita, ou afastando as peças ja analisadas). Quando a paciente encontra as peças, ela as deixa comigo e tentamos fazer uma historinha para integrar as peças. As peças ficam comigo e a cliente escolhe, no tabuleiro, mais 2 figuras a serem encontradas entre as peças. Quando encontra as novas figuras, me entrega e deve lembrar as primeiras figuras q procurou. Se precisar, eu relembro a historinha e o porquê da cliente ter escolhido tais figuras. Quando ela lembra, coloca a peça em cima da figura no tabuleiro. Se nao lembra, mostro a ela e fazemos uma nova memorização.

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