A identificação precoce: um “talvez” é tudo o que você precisa!

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Qualquer que seja o tema do texto, sempre tento reservar um pedacinho dele para reafirmar a importância da intervenção precoce! Mas a intervenção é uma consequência da identificação precoce!

E nessa cadeia, para que a identificação aconteça, os familiares tem que estar alertas e conscientes da importância de agir o quanto antes.  Muitas pessoas reclamam que “agora não se respeita o ritmo das crianças” ou que “querem que todos sejam iguais”, mas a regra aqui é a mesma aplicada na doença: você esperaria seu filho desidratar ou convulsionar para levá-lo ao Pronto Socorro para tomar uma medicação? Tenho certeza que não!

Todos nós (profissionais que cuidam da fala, das emoções, do corpo ou dos dentinhos) não queremos jamais normatizar as crianças e seu ritmo de desenvolvimento e torcemos avidamente para a chegada do dia em que as ações sejam majoritariamente de natureza preventiva. Entretanto, em muitos casos, a prevenção não faz nenhuma diferença, mas a identificação precoce sim!

No contexto mundial, pesquisas mostram que o tempo de terapia é diminuído substancialmente quanto antes o trabalho for iniciado, bem como o prognóstico tende a ser muito melhor. Então, papais e mamães, desde a maternidade, autorizem fazer todos os testes nos recém-nascidos (mesmo aqueles que terão que ser custeados): Teste do Pezinho, Teste da Orelhinha e Teste da Linguinha, são alguns dos procedimentos que podem identificar precocemente alguma alteração. E, no decorrer da vida das crianças, todas as etapas de desenvolvimento devem ser atentamente acompanhadas pela família e, diante de qualquer dúvida ou suspeita, não hesitem em procurar imediatamente uma avaliação.

Falando particularmente da Fonoaudiologia, que é o meu campo de atuação, eu percebo a existência uma contradição importante: ao mesmo tempo em que há uma cobrança grande de familiares e amigos para que a criança comece a falar ou fale corretamente, há uma postura de morosidade e benevolência geral que faz os pais acreditem que “vai passar”, “quando fizer cinco (seis ou dez anos) ele vai falar”, “é só insistir que o som saí” ou “aplica uma simpatia que ele aprenderá”, etc… Colocando respeitosamente de lado, todos os conhecimentos populares e transgeracionais, é importante reafirmar que qualquer alteração deve sim ser acompanhada por um especialista, que dará orientações adequadas à família e fará as intervenções necessárias!

Lembre-se, o que pode parecer “precipitação”, “excesso de zelo”, é, na verdade, o que pode fazer a diferença na vida da sua criança. O vídeo abaixo é uma campanha de conscientização sobre a identificação precoce do Autismo e demonstra diversas situações em que pais identificam uma dificuldade no seu filho, mas justificam com um “talvez”, o que atrasa o diagnóstico.

Então, por que esperar tanto tempo se um “talvez” é tudo o que você precisa para saber mais sobre (autismo, deficiência auditiva, atraso de linguagem, dislexia)….e se precisar, sempre terá um profissional disponível para ajudá-los! 😉

Lílian Kuhn Pereira
Fonoaudióloga – CRFa 2/14684 | Especialização em Audiologia | Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada | contato: (11)98207-7182/e-mail: fono.liliankp@gmail.com | Redes sociais: Instagram: @fonoliliankp; Facebook.com:/liliankuhnpereira

 

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Como saber se a minha criança ouve bem?

Deficiência auditiva na infância: aprenda o que é, como se avalia e trata

 

 

4 COMENTÁRIOS

  1. Mas muitas vezes tambem acontece serem os pais a perguntar se e autismo e nao se decidem qual a terapia a utilizar , quase que as criancas estao a experiencia , a terapeuta do meu filho ,tem a teoria percebe bem do assunto, mas era preciso eu perguntar as coisas e ela depois la me dizia e eu fazia em casa e tenho que procurar em livros e na net para fazer com o meu filho , quando da um pouco mais de trabalho ja nao fazem com as criancas ,e nos pais o que fazemos?

    • Oi Silvia, o ideal é ter sempre a orientação de um profissional mesmo. Quem atende seu filho tem mais ideia do que pode funcionar com ele, entende? Sorte aí!

  2. Muito bom seu texto (além de informativo, gostoso e fácil de ler!) e estou totalmente de acordo! Sou enfermeira em Amb. de Saude Mental e trabalhamos com crianças que já chegam com algum(s) tipo(s) de transtorno(s) já muito bem instalado(s) e com família (em sua grande maioria) totalmente desestruturada. Acredito que a psicoeducação a respeito deve começar na rede primária, ainda na gestação, não para assustar os pais, mas para orientá-los a ampliar-lhes a visão. Abçs!

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