Você já ouviu falar em Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL)?

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Você já ouviu falar em Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL)? Provavelmente não, e infelizmente você faz parte da grande maioria da população. Mas imagino que você já tenha conhecido alguma criança que demorou para começar a falar, que fala pouco, que parece não compreender muito bem o que dizem a ela, que tem vocabulário restrito, que parece não conseguir se expressar como deveria. Acertei? Então, essas crianças (ou mesmo adolescentes e adultos) podem ter TDL.

Apesar do ser humano ter a capacidade de desenvolver linguagem e falar de forma natural, estas crianças enfrentam dificuldades nesse processo. Para elas se comunicar é um desafio! Elas precisam de suporte especializado e de muito esforço para conseguir aprender o que significam as palavras, como produzir corretamente os sons da língua, como organizar as palavras em frases de forma que façam sentido, como relatar de forma compreensível algo que viram, viveram ou querem. Já imaginou que complicado pode ser não conseguir expressar o que você pensa ou sente? Ou o quanto isso pode impactar na construção de laços de amizade e na vida escolar?

O TDL é uma condição ainda muito desconhecida, embora seja bastante frequente. Mesmo sem ter suas causas definidas, ela costuma ser recorrente nas famílias. Você deve então estar se perguntando “Por qual motivo nunca ouvi falar sobre TDL antes?”. Se eu disser que essa realidade não é exclusiva do Brasil, você acredita? Pois é, há cinco anos atrás um grupo de pesquisadores e profissionais do Reino Unido criou uma campanha (RADLD – Raising Awareness of Developmental Language Disorder – em Português “Conscientização do Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem) para divulgação dessa condição que afeta mais de um milhão de pessoas no mundo.

Por muito tempo houve falta de consenso sobre os critérios diagnósticos e a terminologia correta para essa condição, mas o esforço desse grupo de pesquisadores e profissionais resultou em uma nova proposta para facilitar o diagnóstico e o acesso à intervenção adequada. O próximo passo é tornar o TDL conhecido pela sociedade para que juntos possamos construir melhores estratégias de comunicação para essas pessoas. O dia 22 de setembro de 2017 foi escolhido para iniciar essa conscientização.

Ana Manhani Cáceres Assenço.
Fonoaudióloga pela Universidade de São Paulo e doutoraem Comunicação Humana pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da USP. Atualmenteé Professora Adjunta do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e compõe a equipe TDL Brasil. Tem experiência em aquisição de linguagem, alterações primárias de linguagem,prematuridade e intervenção precoce.

12 COMENTÁRIOS

  1. Olá,meu filho tem 1 ano e 8 meses e não fala nenhuma palavrinha,nem mamãe nem papai, tem uma irmã de 7 anos q conversa muito com ele,comecei a me preocupar a pouco, falei com a pediatra e ela achou melhor esperar mais um pouco para encaminhar ele para avaliação com especialista, só não me disse qual. Quero estimular ele a falar mais não sei como e como começar?! . Como falar com a pediatra q precisamos de uma resposta pra esse atraso na fala?
    Ele tem o desenvolvimento normal, sabe o nome das coisas quando falamos ele pega ,aponta as coisas mas só grita

    • Oi Luana, você pode buscar ajuda de um Fonoaudiólogo para acompanhar e avaliar melhor o caso, já que ele é um profissional que lida diretamente com a fala e linguagem.
      Além disso, você também pode solicitar para o profissional que o acompanha esclarecimentos e até acompanhamentos.
      Abraços. <3

  2. Olá. Tenho um filho de 2 anos e 4 meses, ele já está na escolinha dês de 1 ano e 1 mês, e faz 6 meses que ele faz Fono e acompanhamento com Psicopedagoga, já passamos por um Neuropediatra e ainda não fechou o diagnóstico dele, mas deixou claro sobre um possível autismo.
    João não fala nada, apenas aponta para tudo, pega os adultos pela mão e leva aonde ele deseja, ele parece que faz os sons das palavras, mas em boca fechada.
    Será que é caractistico do TDL?

  3. Olá, minha filha tem 7 anos 11 meses , ela não demorou a falar e até fala bastante.
    Ela tem dificuldade de contar histórias e não aprendeu a ler e a escrever.
    Ele recebeu da fono o diagnóstico de TDL,
    Mais as informações sobre isso são muito restritas .

  4. Olá tenho um filho diagnosticado com Tea, não conhecia o tdl mas a pouco tempo passei ame informar mais e vejo que ele se enquadra perfeitamente no tdl e não no tea… o que eu faço?

  5. Meu filho não falava direito aos 2 anos (eu não entendia bem o que ele tentava dizer). E aos 5, ainda não formava frases. Percebi que ele precisava de ajuda e segui determinada depois de vê-lo ser humilhado por crianças da mesma idade. Primeiro o levei a um treino de Jiu-jitsu, e foi naquele momento que tudo ficou bem claro para mim: “Ele não entende o que ouve e consequentemente não consegue falar”. Passamos por vários profissionais: neuropediatras, Psicólogos, fonoaudiólogos, Psicopedagoga, além de fazer vários exames. Foi avaliado por três equipes diferentes. O primeiro neurologista diagnosticou apenas TDAH. Não concordei que essa fosse a principal questão e procurei outros especialistas, então parti para equipe multidisciplinar. A primeira equipe diagnosticou como Autismo moderado enquanto a outra, demorou bastante para levar as hipóteses, e acabou por investigar duas possibilidades: TEA (leve) ou DEL (hoje denominado TDL). Conclusão: fechou com TDL com TDAH (na verdade, déficit de atenção). Sim, saber que há um nome para aquilo que percebi, desde muito cedo, no comportamento do meu filho, foi e é muito importante. Só que hoje ele já 13 anos, e apesar de ele receber ajuda profissional, não tive sucesso sucesso com a escola onde ele estuda: tudo é sempre muito burocrático e desgastante. Admito, é muito cansativo reivindicar direitos ao esse tema, haja vista que não há lei específica nesse sentido; a própria escola se vale disso.

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