Se você acha que tomar banho é uma das coisas mais simples que você faz no seu dia, eu te convido a pensar quantas sinapses das mais diferentes regiões do cérebro estão envolvidas para a realização de cada etapa dessa atividade básica.

Só lembrando que tomar banho significa realizar com “maestria” os atos de:

  • Obter e usar utensílios;
  • Ensaboar, enxaguar e secar as partes do corpo;
  • Manter-se na posição de banho;
  • Transferência de e para posições de banho.

Para ser ainda um pouco mais detalhista te convido (mais uma vez) a saber do que está envolvido no quesito “habilidades motoras da hora do banho”. Ou seja, as habilidades  “observadas enquanto a pessoa interage com e movimenta objetos e se movimenta em um ambiente no qual a tarefa é realizada“:

  • Alinhamento
  • Estabilidade
  • Posicionamento
  • Alcance
  • Inclinar
  • Preensão
  • Manipulação
  • Coordenação
  • Mover

Esta lista não é conclusiva e outros tópicos poderiam entrar nela, mas para não te perturbar mais com “a complexidade da simplicidade” gostaria que pensasse por dois minutos algumas condições de saúde que impedem uma pessoa de tomar banho com segurança, independência e até com autonomia. Pensou?
Pensou que uma criança muito pequena precisa de um tempo, certa idade e muita supervisão antes de tomar banho? Pensou com idosos precisam de barras no banheiro para realizar essa atividade de forma segura? Ou você já foi pensando em crianças com deficiência, um adulto cadeirante ou uma pessoa com Alzheimer. Bem, não sei o que você pensou, mas com certeza você poderá concluir que a causa de cada uma dessas pessoas pode ser diferente e isso mostra que um “simples” banho vai além das habilidades motoras.

O banho faz parte das chamadas “AVD” (atividades de vida diária), ou ainda atividades básicas ou pessoais da vida diária, que são atividades da rotina de autocuidado com o corpo. E são “fundamentais para viver no mundo social; elas permitem a sobrevivência básica e o bem-estar”.  Nós é que não enxergamos de pronto a complexidade e quantidade de funções integradas que são necessárias para que sejam executadas com satisfação.

Mas e quando as pessoas não conseguem tomar banho sozinhas ou com segurança, o que se faz? E se você ou alguém que você ama não puder fazer isso como antes ou não consegue desenvolver as habilidades para tomar banho? Se isso acontecer não se preocupe, existem profissionais qualificados a cuidarem das “complexidades da simplicidade”, os terapeutas ocupacionais.

Depois podemos conversar melhor “sobre isso”….

Os trechos em destaque foram retirados do documento “Estrutura” da Terapia Ocupacional.

Imagem Freepik

 

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

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