Recomendações sobre o brincar nas crianças com Autismo

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Brincar é uma atividade tão rica que é instrumento, recurso terapêutico. Por meio do brincar pode-se desenvolver habilidades distintas que serão essenciais à criança na vida particular e social.

Segundo Miguel Antonio Higuera Cancino, no livro “Mi hijo no habla”, o primeiro passo para quem vai brincar com a criança com Autismo é ter em mente que esse é um momento conjunto, permitindo o jogo colaborativo, simbólico e social. Nada de brincar isolado um do outro, deve-se pensar em brincadeiras e ações durante o brincar que envolvam ambos participantes.

O brincar precisar ser regular, bem como assim deve ser a atitude de quem está brincando. A graduação dessa atividade, ou seja, a evolução da brincadeira em termos de exigências, precisa ser de acordo com os limites da criança naquele momento. Geralmente, as conquistas são progressivas, por isso, os adultos precisam tanto quanto as crianças estarem preparados para enfrentar a frustração com as dificuldades na gestão comportamental.  Terapeutas, professores e, acima de tudo, todos do ambiente familiar precisam estar conscientes de como brincar da melhor forma, sempre lembrando de agir em conjunto com a criança e apoiando não só a terapia, mas também os limites e as regras que os pais propõem, pois ele que vivem diariamente com seus filhos/filhas e suas dificuldades.

As recomendações quanto ao brincar, foram divididas por Miguel Antonio em dois grupos:

Crianças com poucas habilidades verbais e/ou comunicativas:

1. Escolher um material simples, que pode ser facilmente manipulado pela criança.
2. Ter brinquedos que permitam alternar formas de brincar e as exigências (quebra-cabeças, bonecos).
3. Usar animais de brinquedo, bonecos e objetos do cotidiano para construir situações cotidianas dentro do jogo (lavar, comer, dormir, etc,).
4. Tentar manter a atividade com um único tipo de material ou situação durante pelo menos 5 minutos.
5. Usar uma linguagem simples, frases curtas, e os nomes dos objetos de forma que a criança entenda claramente e possa até mesmo repetir alguns gestos ou palavras.
6. Às vezes, brincar em espaços menores com alguns objetos para que criança esteja menos susceptível a distrações e atenda as ações e as pessoas mais facilmente.
7. Incorporar novos jogos ou materiais progressivamente, devagar, para diversificar os interesses da criança.
8. Premiar com abraços e elogios.
9. Diante de birras ou agressão, parar de jogar. Esclarecer que maus comportamentos (gostemos ou não) têm consequências negativas. Oferecer voltar ao jogo quando a criança se acalmar.

Crianças com habilidades verbais:

1. Escolher jogos ou materiais que permitam mudanças na forma de jogar, nos papéis e que possam incorporar a linguagem.
2. Errar para a criança corrigir seu parceiro de jogo.
3. Dizer que não entendeu para a criança explicar.
4. Negociar regras de conduta e regras do jogo.
5. Fornecer o papel de liderança à criança para verificar se ela faz as normas serem cumpridas.
6. Variar a freqüência de vitórias e derrotas. Quando o adulto perde, mostra a criança diversas formas de reagir à frustração, e então favorecer que a criança incorpore essas reações na conduta.
7. Diferentes indivíduos ou pares podem ser incorporados em jogos. É importante lembrar que a emoção surge a partir da interação e das formas de se relacionar com os outros. Por esta razão, sempre que nos encontramos diante de uma criança com linguagem e comunicação, devemos fazer o maior esforço para ajudar essas crianças a observarem, identificarem e expressarem todos os tipos de emoções, para que elas possam construir um pleno desenvolvimento social e emocional possível.

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Fonte: Mi hijo no habla

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

8 COMENTÁRIOS

  1. Temos na cidade de Alagoinhas um Centro de Reabilitação para pessoas com diagnostico tais como ; autista sintrome de dow e paralisia celebral, equoterapiia e este facilitaria para os profissionais gostaria de receber informações

  2. Sou mãe de um autista de 4 aninhos ele não fala e escuta muito pouco gostaria am de saber melhor muitas dificuldade pra ele entender pelo fator deEnao ouvir bem e não permite o aparelho auditivo de forma alguma cria uma acolalia nele imensa nervoso

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