Hoje temos mais um pedido de leitor. Um caso clínico bastante interessante enviado por uma colega terapeuta ocupacional. Aguardo a contribuição de vocês.
E., sexo feminino, diagnóstico de demência frontotemporal há cerca de três anos, institucionalizada. Acompanhada por duas cuidadoras em regime de 24h.
Cliente apresenta-se agitada, com humor irritado, discurso ameaçador, acatisia, sono inquieto. Possui apenas visão periférica e recentemente apresentou episódios de incontinência.
É receptiva ao contato, porém, em alguns momentos, apresenta idéias delirantes e agride verbalmente.
A rotina é básica: acorda, alimenta-se, toma banho, dorme, acorda, alimenta-se… É totalmente dependente nas atividades de vida diária. Sua dieta é pastosa. As cuidadoras relatam que ela consegue mastigar, mas rejeita a consistência dos alimentos. A alimentação é oferecida com a cliente andando sem parar.
Sua mãe tinha doença de Alzheimer. Teve uma vida corrida. Era executiva, viajava muito, não tinha muito contato familiar, não casou nem teve filhos.
Eis o pedido da nossa leitora: ¨Neste caso a integraçao sensorial é imprescindivel. Inicialmente quais estratégias posso tomar? Vejo uma dificuldade e frustação profissional…¨
A palavra agora é de vocês…
Ana Paula
Prezada Profissional Ana Paula,
Questões importantes:
Antes de iniciar o trabalho de Integração Sensorial, penso ser
imprescíndivel encaminhar a paciente referida para um psiquiatra,
para que através de medicação adequada, seja estabilizado o seu
humor, e assim possibilitar um comportamento colaborativo por
parte de pr. Em médio prazo, se for necessário, conjugar a Inte-
gração Sensorial com Psicoterapia (para ajudá-la a dar conta da
frustração citada).
Coloco-me à disposição.
Edila Cristina Barbosa Santos
Psicóloga & Fonoaudióloga
Rio de Janeiro
Tenho uma familiar com as mesmas caracteristicas citadas pela terapeuta Ana Paula: sexo feminino,solteira, sem filhos, advogada,diagnóstico de demência frontotemporal. Tem acatesia e uma ansiedade terrível, se alimenta caminhando, fala muito alto, discurso confuso mas em alguns momentos percebe-se que ela sabe que não está bem e pede ajuda. Usa medicação antipsicótica e para induzir ao sono. Não consigo acreditar que com o avanço da medicina não haja uma medicação que acalme sem deixá-la dormindo.Agradeço de coração qualquer ajuda.
Ja fizeram avaliaçào neuropsicologica? Aplicaram tarefa de tomada de decisòes,aprendizagem reversa?
Quanto a medicaçào, embora a medicina esteja tão avançada, por se tratar de patologia neurodegenerativa, apenas dispões de medicamentos estabelizadores de humor, acredito.
Robertta
Percebe-se que este é um caso que aborda várias área de atuação. Sendo assim acredito que o acompanhamento a essa paciente deve ser realizado por mais de um profissional, sugiro aqui a Musicoterapia, que nesse caso por auxiliar atuando na diminuição da agitação através do uso da música, usando músicas de andamento rápido até o lento quando a paciente poderá ficar mais calma e portanto mais atenta.