Passeio terapêutico

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Quando resolvi fazer esse post para vocês fiquei realmente impressionada.

Fui tentar pesquisar algumas experiências sobre esse tema na internet e tamanha foi minha surpresa ao colocar as palavras no Google e encontrar pouquíssimas referências para o termo exato.

Gente! Passeio terapêutico é tudo de bom.

No post, Dica de exercício: Compras no Supermercado, já abordamos um pouco este assunto, mas hoje vamos dar novas dicas para quem tem interesse em tirar seus pacientes de casa e, melhor ainda, formar novos vínculos sociais.

Em Nova York os ônibus escolares levam os idosos para fazer compras em supermercados distantes do seu bairro. Não é maravilhoso? Imaginem que oportunidade de estimulação e interação social uma ação dessa poderia causar na vida de nossos clientes?

Mas, como no nosso país as coisas não acontecem assim, os familiares geralmente trabalham bastante e o transporte público não oferece acessibilidade necessária para a maioria deles, se quisermos uma saída terapêutica organizada e eficiente temos que levá-los, nós mesmos.

Muitas questões perpassam essa decisão. Muitos de nós ficam apreensivos com a responsabilidade de tirar nossos clientes de casa. O trabalho é muito, o tempo é curto e a remuneração não permite, na maioria das vezes, que uma atividade desta seja realmente colocada em prática.

Como podemos organizar isso para que todos os pontos possam ser atingidos de uma forma positiva para ambas as partes?

Primeiro, amo a idéia de realizar encontros. No nosso caso (Eu e Ana K.), a maioria dos nossos clientes moram num mesmo bairro e alguns em bairros vizinhos. Isso já facilita.

Precisamos conhecer o perfil de nossos clientes para que possamos programar encontros entre pessoas que tenham interesses semelhantes e cuja doença se encontre num mesmo nível para facilitar o processo de interação.

Antes de programar encontros com um objetivo terapêutico bem definido pode-se pensar em marcar um almoço ou um chá da tarde (para quem mora em Recife indicamos o Café da Chá com Chita) para que eles possam se conhecer melhor.

Após o primeiro encontro, podemos começar de fato a estimulação.

Como podemos fazer para economizar tempo, ser viável financeiramente e ser bastante eficaz para o cliente?

O ideal é marcar a atividade em algum lugar, os clientes que tiverem condições poderão ir ao lugar marcado na companhia do cuidador e aqueles com maior dificuldade poderiam ser levados pelo terapeuta, ok?

Lembrem!!! As atividades propostas devem ter objetivos específicos, certo? Sair por sair não é legal.

Algumas dicas:

  1. Ir a um museu: Descrever as imagens retratadas nos quadros expostos, comparar imagens, esmiuçar os detalhes.
  2. Ir a um restaurante: Usar o cardápio. Fazer uma lista com elas (as mulheres é que vão gostar disso) do que deve ser usado para preparar cada prato).
  3. Ir a um zoológico: Trabalhar fluência (Nome de animais).
  4. Ir a um shopping: Usar uma lista de compras, encontrar lojas, pedir informação no balcão…
  5. Ir a uma loja de roupas: combinar looks, encontrar roupas que possam ser usadas em diferentes ocasiões…
  6. Ir a um parque: que tal sugerir a leitura de um livro curto nesse dia e uma caminhada

E ai pessoal? Vamos tirar nossas clientes de casa?

Ana Paula

5 COMENTÁRIOS

  1. Olá pessoal,

    AMEI esse post!!! Pois, já trabalhei muito com passeio terapêutico já que Campina Grande é uma cidade que não nos oferece distâncias alarmantes de um lugar para o outro. E de fato, o resultado é bastante positivo, principalmente quando o atendimento é de caráter domiciliar, pois, podemos atender a demandas do próprio cliente e propor outras também. Por exemplo (em 3 etapas): 1) propor a preparação de uma salada de frutas, por exemplo. E nesse momento já fazer junto com o cliente a listagem dos materiais e ferramentas necessários, do momento em que a cozinha estará disponível, marcar a ida ao supermercado, etc. 2)PASSEIO TERAPÊUTICO – ir ao supermercardo e explorar os produtos comprados (cores, variedades, data de validade, quantidades (diante do que já fora pactuado)), assim como, o valor dos produtos a forma de pagamento são questões que podem facilmente ser trabalhadas. 3)finalizando a proposta tem a confecção da salada propriamente dita; e na cozinha sabemos que tudo pode ser explorado, pois, podemos recapitular as quantidades, ver se há recordação da receita, a ordem dos produtos que serão utilizados, e ainda trabalhar visual, olfato e paladar (vendar os olhos do cliente e pedir para ele identificar o abacaxi, por exemplo, através do cheiro ou do sabor). Enfim, dá para estimular bastante!!! Lógico que graduaremos de acordo com as possibilidades apresentadas por cada cliente, mas, são de fato atividades beeeeeeeeeeeem produtivas e trazem um retorno gratificante.

  2. Olá…meninas…
    Passei para parabenizar pelo post de hj….concordo plenamente em usar a Atividade de Passeio Terapeutico como recurso da T.O, com objetivos previamente analizados. Tenho uma paciente que pela depressão se isolou e decidiu parar de falar, durantes as atividades, utilizo muito a parte oral…onde ela respostas várias coisa diferentes, e as vezes saimos…como passeio pelo bairro, shop (ela adora ver vitrines e tb comprar), na igreja onde ela é devota, o proximo passeio sera num onibus turistico q tem aqui em Porto Alegre/RS….atualmente ela esta um pouco mais participativa do grupo de T.O do residencial que reside, aos poucos falando com a equipe.
    beijokas p todos!!
    Aline

  3. Oi as Anas.
    Fiquei muito feliz com a dica. Inclusive estou preparando um passeio terapêutico ao shopping. Com idosas institucionalizadas, essa atividade se torna ainda mias significativa.
    Comprei aqueles dinheirinhos de festa, e estamos trabalhando o valor dos produtos com o apoio dos tablóides de promoção semanal, bem como as lojas que iremos visitar. Estamos planejando chegar assim que o shopping abrir, fazer um pequeno lanche em uma cafeteria, depois vamos à uma loja de bijuteria, (elas adoram se enfeitar) às lojas Americanas e ao Hiper Bompreço. Elas estão entusiasmadas e há algumas semanas estamos ensaiando a atividade.
    Apesar de esbarrar em todas as dificuldades que você citou, penso que vale muito a pena, pois há muito que se explorar nesta atividade. As idosas são institucionalizadas e dependem da colaboração da família, transporte,(tem que ser de van) cuidadoras… Geeente, só o ensaio já está valendo. Assim que se concretizar eu conto tudo. Bjus

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