Osteoporose: somente o Cálcio é a solução?

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A prevenção se dá desde que nascemos, temos cada vez mais consciência disso. Em um estudo feito em Cambridge, com 926 bebês, acompanhados por cinco anos, foi demonstrado que quanto maior o tempo de aleitamento materno, maior o nível de mineralização óssea aos cinco anos, com uma diferença de até 38% em relação aos que receberam fórmulas infantis de leite de vaca, apesar das mesmas terem 3 vezes mais cálcio que o leite materno (e 9 vezes menos magnésio).

Esse estudo, como vários outros que já foram feitos, comprovam que a ingestão de cálcio não é o único responsável pela formação da massa óssea, diz o médico Dr. Allan Freitas, com formação em ciências do anti-envelhecimento e Geriatria. Existe a necessidade de, no mínimo, mais 24 nutrientes para a formação da mesma. O leite de vaca é riquíssimo em cálcio e pobre nos demais nutrientes necessários à utilização do mesmo para formação óssea. Portanto, a prevenção da osteoporose é muito mais abrangente do que simplesmente aumentar a ingestão de leite. Mesmo porque, a pesquisa do IBGE constatou que nos últimos 30 anos aumentou 100% o consumo de queijo, que concentra 10 vezes mais o cálcio do que no leite. Também existe um aumento no consumo de iogurtes, leites fermentados, doces à base de leite e guloseimas onde o leite freqüentemente está presente.

Esses dados mais uma vez demonstram que o desenvolvimento da osteoporose se dá por vários fatores, como principalmente a diminuição de legumes, verduras e frutas, também comprovado pelos dados do IBGE, sabe-se que os mesmos contêm cálcio de alta biodisponibilidade, ou seja que é bem utilizado pelo corpo, porque vem em conjunto com os demais nutrientes, principalmente o magnésio, necessários para uma eficiente utilização do cálcio. Na falta desses nutrientes, o cálcio, ao invés de formar a massa óssea, irá ser utilizado para formar microcalcificações como, esporão, cálculos (renal e vesícula), calcificação arterial, bursite, calcificação na mama, calcificação no canal do ouvido (zumbidos), desencadeando sintomas como cãibras, dores musculares, tensionamento, inchaços, dores articulares e musculares e, até mesmo, resistência à insulina, pelo desequilíbrio entre tantos minerais.

Como se explica o fato dos países “desenvolvidos” terem alto consumo de derivados de leite e altíssima prevalência de osteoporose? Como se explica o fato de países como o Japão não consumirem com freqüência derivados de leite e terem baixíssimos índices de osteoporose? Será que o osso do oriental não precisa de “cálcio”?

Devemos entender melhor como o organismo aproveita os nutrientes desses alimentos, pois sabe-se que por alguns fatores do metabolismo do leite é promovida a perda de cálcio dos ossos.
Já é comprovado que a responsabilidade de uma adequada formação da massa óssea depende, no mínimo, 50% dos fatores que eliminam o cálcio do organismo, e não simplesmente do quanto é ingerido. Seria simplificar demais um processo tão complexo.

Os fatores que comprovadamente aumentam a retirada do cálcio do osso e promovem sua excreção são: acidificação do pH sangüíneo com o alto consumo de proteínas de origem animal, derivados de leite e soja, excesso de cafeína (café, refrigerantes, chá mate, chá preto e chocolate), excesso de açúcar e carboidrato refinado, excesso de sal, de gordura saturada e trans, ácido fosfórico (refrigerantes e água com gás artificial), processos inflamatórios causados por má alimentação, alergias alimentares tardias, resistência à insulina, sedentarismo, alterações hormonais e a diminuição do contato com a luz solar cada vez mais escassa n apele da população com a preocupação de câncer e a falta de tempo com o estresse da vida moderna, explica Dr. Allan Freitas.

Portanto, a prevenção da osteoporose é muito mais do que tomar leite ou suplementos de cálcio. É resgatar um pouco da alimentação do tempo da “vovó”, quando se alimentar bem era intrínseco aos hábitos. Não precisava nem pensar, era natural!

Hoje, o consumo de refeições prontas fazem parte de mais de 80% do valor energético total consumido por dia e a ingestão de legumes, verduras e frutas diminuíram a menos de 1/3 do mínimo necessário para uma promoção de saúde e prevenção de doenças, inclusive da osteoporose.

P.S: Este artigo foi enviado pelo Dr. Allan Freitas. Agradecemos a colaboração!

Foto: photobunny (Flickr)

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