O tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de Esquizofrenia

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A Dra. Ann Reitan discute em seu artigo no Brain Blog as possibilidades de tratamento diante do diagnóstico de esquizofrenia em crianças e adolescentes.

A avaliação da esquizofrenia diz respeito à natureza dos testes psicológicos que avaliam a prevalência de sintomas em uma criança ou adolescente. Estes testes específicos, que dependem de entrevista e auto-relatório, são descritos como potencialmente úteis na formulação de um diagnóstico de esquizofrenia por um médico qualificado.

Quanto ao tratamento, existem várias estratégias para ajudar uma criança ou adolescente a lidar com o diagnóstico de esquizofrenia. Estes caminhos para o tratamento podem incluir medicação, terapia individual, intervenção comportamental e terapia familiar.

Medicamentos para doenças psicóticas têm revolucionado o tratamento para a esquizofrenia e transtornos psicóticos de todos os tipos. Enquanto alguns pais podem ser relutantes em medicar seu filho por muito boas razões, a medicação pode ser uma peça extremamente importante dentre as estratégias de tratamento. Infelizmente, o mito da medicação psiquiátrica não evoluiu tanto quanto às medicações, que ainda é vista por muitos como uma “camisa de força”. Os mais recentes, os antipsicóticos atípicos, aumentam organização cognitiva, e, em conjunto com outros medicamentos, como antidepressivos prescritos adequadamente e estabilizadores do humor, podem ajudar a criança ou adolescente.

Embora a medicação pareça ser o tratamento de escolha para transtornos psicóticos, outras intervenções são importantíssimas por darem suporte aos medicamentos. A psicoterapia é o exemplo de um tratamento valioso da esquizofrenia. A realidade nesta condição é que até mesmo os pais mais bem intencionados terão dificuldade em lidar com seu filho esquizofrênico. Enquanto isso, um terapeuta infantil pode ter mais sucesso na diminuição dos sintomas evidentes de esquizofrenia, justamente porque ela não é um dos pais da criança.

Um terapeuta pode ser acolhedor e distante ao mesmo tempo. E, embora estas duas características possam parecer dicotômicas, podem ser combinadas por um terapeuta de forma a não perder os objetivos do tratamento.  O elemento de distanciamento emocional em um terapeuta é crucial para ambas as partes. Pode-se ver que os pais e os jovens podem não ter desapego de si de uma forma que cria sentimentos negativos em ambos, os pais e seus filhos. É por isso que trazer a criança para a terapia individual pode ser crucial o bem-estar.

O terapeuta pode ainda servir como um modelo adulto ou ter um papel de confiança e carinho. Este tipo de relação claramente vai beneficiar a criança ou adolescente que se envolve na terapia individual. Note-se que a terapia de qualquer modalidade, relacional, comportamental ou eco-sistêmica, provavelmente vai beneficiar a criança ou adolescente.

Uma intervenção que se baseia nos princípios do behaviorismo vai funcionar como como um sistema de reforço positivo e negativo no qual a criança pode ganhar e perder privilégios como resultado de seu comportamento. O contrato deve especificar o que a criança pode ganhar ou perder. Como exemplo, a criança pode ganhar uma hora videogame em troca de completar o seu trabalho de casa.

A terapia familiar é também eficaz no tratamento da criança ou adolescente esquizofrênico por várias razões. Claramente, por meio de terapia familiar, a criança ou adolescente esquizofrênico vai se sentir apoiado por seus pais. Além disso, a família pode ser orientada e monitorada pelo terapeuta de tal forma que os membros da família possam expressar seus sentimentos sobre as questões relacionadas com o impacto do diagnóstico sobre a família. Por fim, o terapeuta será capaz de normalizar a experiência dos membros da família, esclarecendo assim as expectativas sobre a vida com o diagnóstico da criança ou adolescente.

Na esmagadora maioria dos casos, os membros da família são o suporte do indivíduo esquizofrênico. O diagnóstico de esquizofrenia em relação a uma criança ou adolescente é incrivelmente difícil para toda a família suportar.

Ninguém espera ter um filho esquizofrênico. A raiva, tristeza e dor associada com este diagnóstico são extremas. No entanto, os pais devem observar que sua criança podem sentir essa raiva e tristeza e dor mais pungente do que eles. O comportamento estranho, confuso e inadequado de sua criança ou adolescente pode ser agravado simplesmente porque ele recebeu esse diagnóstico, e é provável que ele seja tratado de forma diferente por membros da família.O comportamento adequado de membros da família do indivíduo esquizofrênico é fundamental para lidar bem com este diagnóstico.

Talvez a busca por informação de algum modo auxilie o caminho para as famílias de crianças e adolescentes com esquizofrenia para que sejam capazes de lidar de forma mais eficaz com o diagnóstico que não precisa ser equiparado com uma tragédia. Ou seja, buscar e buscar informação e tratamento são os melhores amigos nesta jornada.

 

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Sou terapeuta ocupacional de formação, comunicadora por dom e experiência ao longo dos 10 anos frente ao reab.me; empresária que aposta na produção de produtos e conteúdos significativos e com propósito para ajudar as pessoas que precisam dos cuidado da reabilitação. Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE) com especialização em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design (UFPE). Sou autora de 4 livros de exercícios para estimulação cognitiva que servem como material de apoio em contextos terapêuticos que visam a manutenção ou melhora de disfunções cognitivas. Sendo eles: - 50 exercícios para estimulação cognitiva: o cotidiano em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a culinária em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva: a família em evidência; - 50 exercícios para estimulação cognitiva de crianças com dificuldades de aprendizagem. No mais, sou Ana, esposa de Fábio, mãe de Olga e Inácio. Praticante de meditação e yoga.

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