Implante Coclear: uma porta para o mundo sonoro

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Após o diagnóstico de deficiência auditiva, com a confirmação dos limiares auditivos e das causas da alteração, é chegado o momento de definir qual será a conduta terapêutica.

E agora, qual(is) caminho(s) percorrerá (ão)? Ensino de LIBRAS, terapia fonoaudiológica, uso de aparelhos auditivo ou implante colear. A escolha por uma (ou todas) opção disponível para aquele quadro de deficiência auditiva deve ser do paciente e sua família, mas é claro que o apoio e as informações dos profissionais são essenciais!

Bem, algumas das possibilidades acima elencadas são já bem conhecidas e aceitas, entretanto tem uma que ainda é tema de muitas discussões e polêmicas: o implante coclear! O desconhecimento é dos fatores que colaboram com o estranhamento e recusa a essa tecnologia, por isso vamos aproveitar a proximidade com o “Dia do Implante Coclear”, comemorado em 25 de Fevereiro, para explicar um pouquinho o que é “isso”.

Há 57 anos, o Implante Coclear (IC) vem trazendo novas oportunidades para pessoas com deficiência auditiva neurossensorial, bilateral, de graus severo/profundo e que não tem benefícios com os aparelhos auditivos convencionais. O equipamento em questão é um dispositivo eletrônico constituído de duas partes principais: um componente interno e um componente externo:

  • O componente externo é composto de microfone direcional, que transmite os sons captados para o processador de fala (1) – codificação do som – e a antena transmissora (2) (onde o sinal é transformado em impulsos elétricos). A antena tem um imã magnético que conecta o componente externo ao componente interno. Como um aparelho auditivo convencional, o componente externo pode ser retirado e deve ser guardado durante o sono e em atividades que possam molhá-lo.

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  • O componente interno é inserido cirurgicamente e é formado por: antena interna com imã, que está localizada em posição subcutânea na região temporal do crânio, e recebe as informações elétricas através da pele; receptor e estimulador – um eletrodo de referência e um conjunto de eletrodos que são inseridos cirurgicamente dentro da cóclea e/ou nas vias auditivas neurais.

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Em seguida, o som (agora, sinal elétrico) é conduzido do nervo auditivo ao cérebro, onde dá a sensação auditiva. Com um sistema refinado de decodificação em tempo e freqüência, o IC oferece limiares auditivos próximos da normalidade.

Indicado mundialmente para as diversas faixas etárias, o implante coclear chegou ao Brasil há duas décadas e atualmente pode ser encontrado em Centros de Implante Coclear em todas as regiões do país, tanto na rede pública de saúde (sim, o IC é custeado pelo SUS!) quanto na rede particular (as operadoras de seguros de saúde também são obrigadas a pagar o IC!). Então, havendo indicação – após processo de avaliação multidisciplinar (médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais) – o acesso é possível, apesar do alto custo do equipamento e da cirurgia!

De modo geral, têm-se resultados satisfatórios com a cirurgia de IC, que abre “uma para o mundo sonoro”, mas é sempre importante reafirmar que, com em tantos outros procedimentos, o resultado é peculiar para cada individuo, devido a inúmeros fatores, como, por ex, tempo de privação sensorial, memória auditiva, as programações periódicas do processador de fala e uma efetiva terapia fonoaudiológica de reabilitação auditiva. 

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