Devo seguir 100% as normas regulamentadoras de adaptação ambiental?

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Preciso adaptar o domicílio do idoso que acompanho, devo seguir o que diz a norma de regulamentação?” Essa é uma pergunta frequente e feita para profissionais que lidam com o universo da reabilitação e principalmente adaptações ambientais visando proporcionar independência e/ou segurança para quem se beneficia.

Para essa pergunta cabe uma reflexão: uma norma de adaptação ambiental, como a NBR 9050, que foi elaborada baseada na média de uma população pode ser adequada para todas as pessoas? A média não retrata o quanto somos diferentes em todos os sentidos. Além disso, não pode ser precisa na orientação quanto a forma de realizar nossas ocupações enquanto interagimos com o nosso ambiente privado.

Um exemplo é a altura de barras no banheiro que no manual se estipula uma altura. No entanto, se estamos diante de um ambiente que é usado por uma pessoa, podemos nos basear na altura dela para determinar a altura da barra. Ou seja, um profissional que faz essa avaliação ambiental pode identificar outra altura e direção/posição da barra, baseando-se no tamanho e força da pessoa em questão. Sendo assim, ele fez uma avaliação e prescreveu orientações com marcações personalizadas para aquela pessoa.

Em uma avaliação que leva-se em consideração a pessoa, o ambiente em questão e os itens que já estão ali também são considerados para garantir o uso e segurança das adaptações que serão propostas. Por exemplo, imagine uma barra de apoio para levantar do vaso que é  colocada próxima a “barra” de suporte para a toalha; esse suporte pode confundir o usuário do ambiente e fazer com que ele se apoie na barra errada, aumentando o risco de queda.

O ideal é que um profissional capacitado esteja a frente destas orientações, afinal, ele vai pensar nos padrões de medidas de acordo com o perfil físico, cognitivo e funcional de cada pessoa que precisa dessas orientações. Bem como, vai considerar as questões ambientais já existentes.

No caso de considerar as ocupações, e a forma que aquela pessoa desempenha as atividades, podem ser necessários profissionais de saúde nesse processo. Em especial, se a pessoa já possui uma limitação física, sensorial ou cognitiva que torna seu desempenho mais distante da média da população. Se a pessoa já é acompanhada por um terapeuta ocupacional, é válida a análise ambiental e das ocupações que esse profissional é capaz de fazer para sugerir/implementar essas modificações no ambiente.

Para você, cuidador ou familiar, atenção ao seguir as orientações normativas sem orientação prévia, muitas vezes as adaptações sem prescrição podem surtir o efeito inverso ao que é proposto, aumentando os riscos de queda ou prejudicando o desempenho durante a atividade!

Imagem by freepik

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