Um estudo realizado pela American College of Cardiology Foundation baseou-se na seguinte pergunta: “Quais são os tipos, freqüência e gravidade dos déficits cognitivos em pacientes com insuficiência cardíaca crônica (IC)? Qual é a relação da gravidade da IC, idade e comorbidades com esses defeitos cognitivos?”
A pesquisa teve uma amostra de 414 participantes que completaram o estudo (249 pacientes com IC, 63 participantes saudáveis e 102 médicos). Os pacientes com IC foram avaliados quanto a gravidade da IC, a comorbidade (comorbidades múltiplos, sintomas depressivos), e o funcionamento neuropsicológico. A pressão arterial e a saturação de oxigênio foram avaliadas em entrevista e as demais variáveis clínicas foram retiradas de prontuários. Os participantes nos grupos de comparação tiveram as mesmas variáveis avaliadas, exceto aquelas específicas para IC.
Em comparação com os participantes saudáveis e médicos, os pacientes com insuficiência cardíaca apresentaram memória, velocidade psicomotora e funções executivas menos eficientes. Os pacientes com IC (24%) tiveram déficits em três ou mais domínios. Gravidade maior da IC foi associada com mais déficits cognitivos mais sérios; A gravidade da insuficiência cardíaca foi diretamente proporcional a idade o que explica os déficits na função executiva encontrada em pessoas mais velhas. Surpreendentemente, os homens com insuficiência cardíaca apresentaram pior memória, velocidade psicomotora, e capacidade visuoespatial que as mulheres. Múltiplas comorbidades, hipertensão, sintomas depressivos e medicamentos não foram associados com déficits cognitivos na amostra.
Os resultados da pesquisa apontaram que quase um quarto dos pacientes com IC tinham déficits na memória, velocidade psicomotora e funções executivas. Assim, concluiu-se que pacientes com IC mais grave fazem parte do grupo de risco para déficit cognitivo. Outras conclusões foram que pacientes idosos com IC grave podem ter mais problemas na função executiva; os homens com IC podem ter risco aumentado para desenvolver déficits cognitivos quando comparado com as mulheres.
Os autores do estudo chamam atenção que mais estudos devem ser destinados para identificar os mecanismos de déficits cognitivos observados em pacientes com insuficiência cardíaca. Assim como deve-se investir em intervenções inovadoras destinadas a prevenir o declínio cognitivo. No estudo foi ainda constatado que 25-50% dos pacientes com IC tem experiência de declínio cognitivo. Este estudo assim como outros levantam questões em torno do impacto dos déficits cognitivos na gestão de auto-cuidado e na adesão às terapias.
Fonte: NCBI
Ana K.
INTERSSANTE. PODE ME ENVIAR ESSA MATÉRIA NA ÍNTEGRA DE SUA FONTE.
O link estava “quebrado”, Douglas. Atualizei: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2922920/