Cozinhar faz bem à memória e autoestima de idosos com Alzheimer

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Cozinhar pode ser uma atividade divertida e realizada em qualquer ambiente com pessoas com Alzheimer. Não é uma atividade “tão tensa e complicada“, como muitos imaginam, tudo depende da condução e divisão das etapas da atividade.

O Alzheimer’s Care Group sugeriu atividades para serem usadas com idosos com demência  na cozinha de instituições. Uma atividade que além de estimulante, pode ser (inclusive) deliciosa!

A atividade foi batizada de “Let Them Eat Cake Party” (Tradução livre: “Festa do Deixe-os  Comer Bolo”) e, afirmam que “a diversão pode durar o dia todo”.

Tudo pode começar pela manhã, antes do almoço, com a ajuda de um grupo de residentes /moradores que irão preparar o bolo. O bolo pode ser feito com embalagens de massa pronta ou até do zero (ingrediente por ingrediente).

O sucesso da atividade é obtido quando as indicações dadas pelos terapeutas são seguidas (ou seja, que os idosos compreendam e realizem cada etapa da atividade). Mesmo aqueles com problemas de compreensão podem participar, principalmente na hora de comer!

(Conhece o caderno de exercícios para estimulação cognitiva do reab.me?? Temos um caderno totalmente dedicado à história, interesses e dinâmicas relacionadas à culinária!!)

Depois que o bolo está pronto é hora de comer e SOCIALIZAR!!!

À tarde, cuidadores e funcionários da instituição podem ajudar a reunir um grupo de moradores para desfrutar o bolo e incentivar momentos de conversa com evocação do que foi feito na preparação do lanche, como, “quem participou”, “o que fez”…

Ou seja, de uma forma bem simples e rápida o blog Alzheimer’s Care Group recomendou que os residentes de ILPIs sejam inclusos em uma atividade que faz parte da rotina da instituição: o preparo de refeições.

Sabemos que cozinhar é uma atividade complexa e que demanda de muitas etapas, além de envolver atenção, planejamento, noções de quantidade, sequência, de segurança e um monte de outras habilidades cognitivas (e motoras)!

Sendo assim, cada residente pode participar de formas diferentes, que podem ser divididas em:

  • Identificação dos ingredientes
  • Separação de materiais para a receita
  • Execução da receita
  • Preparação da mesa para o lanche
  • Degustação do bolo (feito por elas, há)

Reunir um pequeno grupo (dupla ou trio), com dois cuidadores e um terapeuta coordenando a atividade pode ser factível, além de muito rico para os residentes, não só pela oportunidade de estimulação, mas por ajudar na autoestima e percepção de autosuficiência e eficácia.

Lidamos com idosos, na maioria das vezes idosas, que gostam da atividade de culinária e a fizeram por toda a vida, o que pode ser um motivo suficiente para tentar realizar uma atividade do tipo com elas, já que pode representar algo significativo.

Se você não trabalha em ILPI, mas tem clientes que se enquadram nesse perfil, considere a possibilidade de fazer da cozinha da casa desse idoso mais um local que vocês podem trabalhar e você, além de “estimular as habilidades cognitivas”, pode ajudar (também) na percepção que aquele idoso tem das suas capacidades.

Imagem Freepik

2 COMENTÁRIOS

  1. Olá Ana,
    estava eu fazendo uma visita ao site e encontrei essa dica..
    Podem crer:FUNCIONA!
    Atendo algumas idosas com déficit cognitivo, duas com diagnóstico de Alzheimer e sempre estamos fazendo atividades de culinária, mas para isso precisa CLARO ter sentido para idosa, as que eu já fiz são idosas que sempre cuidaram da sua casa e da cozinha, logo por consequência da doença se afastaram da cozinha.
    Fizemos receitas que elas sabem e levei receitas novas, que as filhas referem gostar,mas que ela não sabe (Ex.: pão-de-queijo, mousse, etc.) e depois além de comer, relembramos a receita e seus passos.

    Até Mais,
    Nádia Coutinho
    Terapeuta Ocupacional

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