Em 11 março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Pandemia pelo novo coronavírus (COVID-19). Assim, com o rápido avanço dos casos da doença chamando atenção, o mundo precisou se adaptar a nova realidade: a necessidade de o isolamento/distanciamento social.
Diante deste cenário foi inevitável perceber que as mudanças nesse período foram “gatilhos” para uma alteração no desenvolvimento de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits na comunicação e na interação social, bem como por padrões restritos e repetitivos de comportamento e interesses.
Um estudo publicado na Revista de Neurologia, realizou um estudo observacional analítico que buscou os principais impactos da “nova rotina” imposta para essas crianças e seus familiares. Dentre os pontos chaves da pesquisa, o que mais chama atenção são os impactos negativos na rotina, comportamento e emoções. “Os pais mencionaram isolamento social (41,4%), não poder brincar fora (13,1%), mudanças na rotina (11,1%), tédio (9,1%) e aulas online ( 7,1%) como os principais desafios para seus filhos neste período.”
No entanto, aspectos positivos puderam ser observados. As relações familiares tiveram um impacto durante o isolamento, talvez devido a uma maior convivência entre pais e suas crianças.
Para concluir, os profissionais da equipe de saúde/reabilitação devem estar cientes dos sinais de alerta exibidos não apenas por grupos de risco, mas também por todas as famílias em relação ao impacto da pandemia COVID-19, principalmente na saúde mental.
“Todos os profissionais de saúde devem estar preparados para a vigilância dos transtornos mentais nas famílias durante e após esse período.”
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