Cotidiano Digital: as tecnologias como desafios e oportunidades às atividades do dia a dia

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Diante da Quarta Revolução Industrial a sociedade não está mais lidando com a transformação do analógico e mecânico para o digital, como na Terceira Revolução Industrial (Revolução Digital), estamos enfrentando uma realidade para mais disso. O desafio e a oportunidade atual é que a tecnologia se tornou incorporada a forma como as pessoas vivem e trabalham, e mesmo dentro dos corpos das pessoas e o que eles vestem.

Este “cotidiano digital” está no ambiente onde as crianças estão se desenvolvendo, que os adolescentes estão se relacionando, os adultos estão também envolvidos, seja pelas tarefas da casa ou do trabalho, e os idosos estão envelhecendo. O cotidiano digital tem tecnologias que fazem parte do ambiente e está incorporado em ocupações necessárias e que os indivíduos valorizam.

Os desafios podem ser vários, como a inclusão digital dos idosos, determinar qual o uso de forma saudável pelas crianças e adolescentes, ter acesso às tecnologias, independente da realidade financeira e cultural e até a adaptação à velocidade que as tecnologias estão surgindo e sendo incorporadas nas ocupações.

Na década de 2000, quando as tecnologias de informação e comunicação (TIC) passaram por um crescimento explosivo, o tópico cada vez mais atraiu o interesse de pesquisa das diversas disciplinas acadêmicas que tratam do envelhecimento. Uma ampla gama de temas de pesquisa emergiu, desde a percepção, aceitação e usabilidade de tecnologias até o desafio de garantir que os idosos não sejam excluídos de uma vida engajada na tecnologia. Isto é uma amostra de uma preocupação crescente com a inclusão digital do idoso.

O uso saudável pelas crianças, ou seja, em relação aos dispositivos que deveriam ter contato, com que idade e por quanto tempo é tema recorrente e que mostra também alguns dos desafios. Sugiro aqui a leitura de posts escritos aqui no reab.me (lista no final deste post).

No que diz respeito às oportunidades, elas são promissoras, e isto pôde ser visto durante o cenário da Pandemia por COVID-19. O avanço das tecnologias pôde proteger as pessoas em casa por permitir que elas desenvolvessem atividades do cotidiano, como aula, emprego, manutenção da casa e contato com pessoas que estavam fisicamente distante. Permitiu a obtenção de informação sobre cuidados com a saúde e atualização da situação sanitária vivida. A tecnologia permitiu conforto e segurança para aquelas que puderam usufruir dela. A produtividade no trabalho, como citado pela Havard Business Scholl, aumentou (embora questões como a comunicação, o brainstorming e a resolução de problemas tenham sido prejudicadas).

Neste ponto do texto quero destacar o papel da casa que na Pandemia. O ambiente físico precisou se transformar para abarcar as ocupações que antes não aconteciam ali, como teletrabalho, teleaula, dentre outros. Todas as ocupações do autocuidado ao lazer precisaram estar acontecendo de forma concomitante e, muitas vezes, em um mesmo ambiente para mais de uma pessoa. Uma grande modificação permeada pela inserção das tecnologias.

 

Referências:

Hansuk Kim, MD, PhD, Sarah Kelly, PhD, Louise Lafortune, PhD, Carol Brayne, MD, PhD.  2020. A Scoping Review of the Conceptual Differentiation of Technology for Healthy Aging, The Gerontologist, , gnaa051, https://doi.org/10.1093/geront/gnaa051

Prithwiraj (Raj) Choudhury.Our Work-from-Anywhere Future. Havard Business Review. November–December 2020.

 

 

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