Quem faz curadoria e produção de conteúdo na internet para profissionais de saúde deve “entregar pronta” a informação sobre técnicas, recursos e tratamentos?
Independente da sua resposta/crença em particular, a atenção de quem produz conteúdo para um nicho da saúde deve passar sempre por alertar aos leitores que “informação não é conhecimento“. E atender um paciente exige conhecimento.
Quando comecei a trabalhar com produção de conteúdo para o nicho da reabilitação recebi críticas veladas sobre a “ousadia” de trazer para um meio “público” (na época um “blog”) informações que estavam nos livros, nos artigos, ou seja, na fonte da prática acadêmica. Minha reposta foi “tenho cuidado e sempre ‘reproduzo’ o que já está online”. Afinal, os bancos de dados de livros e artigos digitais já existiam, só que eram consultados por quem estava na academia.
Hoje sei que é inevitável que essa informação sobre questões técnicas da saúde sejam divulgadas, afinal Instagram virou fonte de pesquisa e estudante de saúde pode virar influenciador digital. Cabe a quem lê transformar tudo o que lê, vê e ouve em conhecimento técnico.
Vivemos tempos delicados na informação, vivemos tempo de resgate de cuidado. O que neste caso, seria o cuidado para a informação virar conhecimento; e, isso só é possível se lembrarmos que temos sempre que buscar várias fontes para aprofundar nosso conhecimento sobre um determinado aspecto e buscar sempre a fonte do que estamos lendo (essa última questão é básica, mas precisa ser lembrada, afinal quem é essa pessoa que está me dando a informação, baseada em que ela fala isso…).
Sinceramente acredito em toda forma de conhecimento e na validade da troca, do compartilhamento. Mas eu preciso lembrar a quem produz conteúdo e a quem o consome que “dar a informação pronta pode ser tirar de quem lê a oportunidade de construir uma base sólida de conhecimento”.
imagem: free pik